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Dia das Baianas: "nada para se comemorar"

Imagem Dia das Baianas: "nada para se comemorar"
No Dia da Baiana, categoria se mostra decepcionada com governos federal, estadual e municipal  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/11/2013, às 17h25   Alessandro Isabel (twitter: @alesandroisabel)


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Neste 25 de novembro, data em que se celebra o Dia Nacional das Baianas de Acarajé a categoria diz que não tem muito o que se comemorar. A reclamação das quituteiras faz referência principalmente à decisão da Justiça Federal que proibi a fritura dos bolinhos na areia das praias de Salvador.

A decisão foi comunicada pelo juiz da 13ª Vara da Justiça Federal, Carlos D'Ávila. De acordo com o jurista, nem o tacho nem o tabuleiro poderão ficar na faixa de areia. A prefeitura será obrigada a cumprir a decisão judicial que proíbe a produção e venda de alimentos na faixa litorânea, fiscalizando e punindo quem tentar descumprir a lei. A alegação é de que o azeite de dendê em contato com a areia polui as praias.


D'Ávila propôs como solução para à Associação de Baianas de Acarajé (Abam) a alternativa de permitir que as baianas montem seus tabuleiros no calçadão, ou área próxima do litoral, e faça a venda e divulgação com garçons na areia.

Na manhã desta segunda-feira (25), uma missa em comemoração a data foi celebrada na tradicional Igreja do Rosário dos Pretos, no Pelourinho. A cerimônia contou com a participação de centenas de baianas que se mostraram decepcionadas e preocupadas com a decisão da Justiça.


“Não temos o que comemorar. Representamos sem o apoio de ninguém a Bahia e vendemos a imagem de nosso Estado. Mas, o que recebemos de presente são péssimas notícias. Não sei como será feito o trabalho daqui para a frente”, contou receosa Maria de Lurdes, tradicional baiana que comercializa acarajé e quitutes na praia da Barra.

“Iremos servir acarajé frio? Não aceitamos a forma que eles impõem as coisas aqui. Já conheci várias praias pelo Brasil e em todas sempre tem vendedores na areia. Só na Bahia que eles resolvem criar regras sem comunicar e discutir com os profissionais”, desabafa Joana do Prato, quituteira que emprega mais de dez pessoas em suas bancas.


As reclamações são reforçadas por Rita Santos, presidente da Abam. “Estamos aqui em sinal de luto distribuindo essas fitas pretas. Não é admissível ver mais de 500 baianas sendo retiradas dos seus trabalhos sem fazer nada. Não estamos contando com a ajuda de ninguém. Nem do governo federal, nem do estadual e nem do municipal”.  

Rita informou para a reportagem do Bocão News que vai tentar reverter a decisão, que terá que ser cumprida pela prefeitura. “Ainda estamos de mãos atadas por que não recebemos nenhuma notificação oficial por parte da prefeitura, ou da Justiça Federal. Sabemos no boca a boca que a partir de 1° de dezembro teremos que sair da areia. Vamos esperar acontecer”.


*Matéria publicada originalmente às 11h23 do dia 25/11.

Fotos: Juarez Matias | Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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