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Vovô do Ilê Aiyê acusa empresários de racismo

Publicado em 16/02/2011, às 17h06   Liz Silveira




Foto: Divulgação

Às vésperas da maior festa popular do mundo uma bomba ameaça a sobrevivência de um dos mais tradicionais blocos afro da Bahia. O camarote do Ilê Ayiê, montado na região da Praça Castro Alves, está por um fio. Nesta manhã (16), em entrevista a Zé Eduardo, do Programa do Bocão, na rádio Sociedade,  'Vovô', como é conhecido Antonio Carlos dos Santos, fundador do afoxé, abalado com a ameaça, acusou empresários de racistas.

O desabafo é decorrente da possibilidade de o Ilê prejudicar a sua imagem, depois de ter comercializado grande parte das camisas que dão acesso ao camarote. Este ano o camorote completaria dez anos. "Vai fazer muita falta, o pior é que já vendemos muitas camisas”, disse Vovô .

A  área onde é montada a estrutura pertence ao INSS e, até ano passado, era cedida à prefeitura. Segundo Vovô, na última  sexta-feira (11), o órgão enviou um comunicado avisando que não seria mais possível a ocupação do espaço pelo camarote. “Foi uma decisão muito brusca, estamos muito tristes, queremos sensibilizar as pessoas a respeito desse problema”, lamenta.

O presidente da Saltur, Cláudio Tinôco, tem se movimentado no sentido de garantir a liberação para a utilização do espaço. Tinôco assegurou que, desde então, tem trabalhado junto à prefeitura para garantir a permanência do camarote. "É fundamental para a revitalização do carnaval de Salvador que o camarote do Ilê Aiyê continue na Castro Alves", disse o presidente, "isso é muito importante, pois chama atenção das pessoas e da mídia", completou.

Pego de surpresa pela notícia, Joaquim Nery, da Central do Carnaval (loja responsável por vender os principais abadás da festa), garantiu que, caso seja confirmado o fim do camarote do Ilê Aiyê, as pessoas que compraram terão o dinheiro devolvido ou migrarão para outro. "Contudo, estamos trabalhando com a possibilidade de que isso não aconteça", disse.

A reportagem do Bocão News tentou contato com o INSS, mas a pessoa responsável, Maria do Socorro, estava em reunião e disse que "mais tarde"  falaria sobre o assunto.

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