Com a manutenção da greve dos agentes da Transalvador, que continuarão com o efetivo mínimo de 30%, as tensões entre dois grupos entidades que representam a classe continuam altas.
A assembleia desta segunda-feira (19) determinou paralisação por tempo indeterminado e agenda de atividades para membros da Astram (Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município de Salvador) durante a semana. “Não queremos abrir mão da data-base com correção inflacionária de 2015-16, essa é a única coisa que reivindicamos, porque os valores estão encaminhados”, disse o presidente da Astram, Adenilton Junior. No entanto, uma postagem na conta do Facebook do coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps), Bruno Carianha, trouxe o debate à tona. Um agente da Transalvador, que segundo Adenilton não faz parte da Astram, discordou das ideias do Sindseps e foi contestado pelo coordenador administrativo e financeiro do Sindseps, Everaldo Braga. “A todos que estão lendo esta discussão vejam como é fácil criticar aqueles que defendem o trabalhador que se expõe, que faz luta e não ataca”, escreveu.
Perguntado se o clima entre representantes da Astram e Sindseps pode prejudicar negociações e fazer os ânimos se exaltarem mais, Everaldo diz não abrir mão de defender os servidores mais velhos e que a Astram seria formada por jovens que querem se sobrepor aos mais antigos, e que não seria justo um trabalhador de 10 anos de serviço ganhar o mesmo salário-base que um que tenha 25 ou 30 anos de serviço. “Devido a essa tensão que há entre as pessoas, por vezes falamos coisas que podem ofender, mas temos hombridade para pedir desculpas e dizer que nossa luta é por todos os servidores”, reflete.
A Astram fará nova assembleia nesta sexta-feira (23), novamente em frente ao prédio da Getran (Gerência de Trânsito), nos Barris. “Tiramos a semana para fazer atividades. Hoje (terça-feira, dia 20) fizemos panfletagem na Semge (Secretaria Municipal de Gestão), na quarta (21) faremos um dia solidário no Nacci (Núcleo de Apoio ao Combate do Câncer Infantil), com doações coletivas de alimentos, materiais de limpeza e fraldas, às 9h. Na quinta (22) faremos caminhada do Campo Grande até a Praça Municipal. Esse movimento aconteceu no carnaval também, quando fizemos ação coletiva de doação no Hemoba (Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia) enquanto paramos nossas atividades”, conta.
Perguntado se as ações servem para ganhar a simpatia da população pela causa, Everaldo diz que “retribui de forma solidária algum setor da sociedade baiana”.
