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Energia nuclear: fonte segura ou bomba relógio?

Imagem Energia nuclear: fonte segura ou bomba relógio?
Descubra o que políticos e autoridades pensam sobre a implantação de usina na Bahia  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/03/2011, às 17h59   Daniel Pinto


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O terremoto e a tsunami que devastaram parte da costa japonesa podem ter provocado a morte de mais de 10 mil pessoas. O desastre ganhou contornos ainda piores com o risco iminente de uma tragédia nuclear. O governo confirmou uma explosão na usina Fukushima Daiichi. Entretanto, as autoridades ainda não sabem ao certo como o vazamento radioativo afetou a saúde das pessoas. Mas, a comunidade internacional acredita que o episódio pode ser comparado ao acidente ocorrido em 1986, na usina de Chernobyl, na Ucrânia.

O fato reacendeu as discussões sobre a exploração da energia nuclear no Brasil. O primeiro a trazer o tema à tona foi o presidente do Congresso Nacional, o senador José Sarney (PMDB-AP). Ele defende que o governo brasileiro precisa reavaliar os investimentos nesta fonte de energia. Sarney ainda ressalta que o debate precisa ser capitaneado por cientistas e não por políticos.

Na Bahia, o assunto não é tabu para o Palácio de Ondina. Por diversas vezes o governador Jaques Wagner disse que pretende atrair uma das duas usinas nucleares que a União planeja implantar no nordeste. O tema foi tratado, inclusive, no programa de rádio Conversa com o Governador.

Mas, a energia nuclear está longe de ser unanimidade na Terra de Todos os Santos. O presidente regional do PV, Ivanilson Gomes, alerta que os compromissos políticos com o governo não alteram a posição do partido. “Somos da base, mas não discutimos questões programáticas. O PV é contra a utilização da energia nuclear. Além de ser cara e ineficiente, ela representa grande risco à população. Existem alternativas. A Bahia tem potencial para explorar, por exemplo, as energias eólica e solar”, observou o ambientalista.


Ivanilson Gomes destacou ainda que vai cobrar posição firme do deputado Eudes Ribeiro, único representante da legenda na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). “Ele conhece o nosso estatuto e sabe as bandeiras históricas que defendemos. Ele será orientado a votar contra qualquer projeto desta natureza”, destacou o ambientalista.

O Bocão News também ouviu o presidente da comissão de Meio Ambiente da AL-BA, Adolfo Viana (PSDB). O tucano, em destaque na foto abaixo, acompanha as discussões da comunidade internacional, mas prefere analisar o assunto com mais calma antes de se posicionar sobre a implantação de uma usina nuclear no estado.


“Além da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas estão na disputa. A vantagem é que temos o urânio de Caetité. Mas, quais serão as vantagens da usina? É realmente uma fonte segura? Prefiro me resguardar para não apresentar uma posição sem critério. Temos que analisar o assunto com muita delicadeza. Certamente, a comissão vai discutir esse tema e defender o que for melhor para a Bahia”.

O presidente regional do PSDB, o deputado Antonio Imbassahy, é um dos entusiastas da energia atômica. “De todas as matrizes de produção, a nuclear é a que tem o maior nível de confiabilidade. No Japão, houve uma tragédia, um dos terremotos mais fortes já registrados no mundo. Mesmo assim, as autoridades japonesas e a Agência Internacional de Energia Atômica conseguiram amenizar os danos. Nosso sistema energético tem dado seguidas demonstrações de fragilidade. Por isso, acredito que a energia nuclear pode ser uma boa opção, contanto que seja administrada com seriedade e sem o loteamento de cargo políticos”.

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