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CPMI da Petrobras: deputados baianos falam sobre quebra de sigilo e investigação

Imagem CPMI da Petrobras: deputados baianos falam sobre quebra de sigilo e investigação
Membros da comissão, Lúcio e Araújo discordam de opinião  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 03/08/2014, às 16h09   Alessandro Isabel ([email protected])


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Membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a Petrobras, os deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e José Carlos Araújo (PSD-BA) compactuam das mesmas opiniões, com ressalvas.

O peemedebista exige a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de todos os diretores da estatal citados nas investigações de forma imediata, o pessedista concorda com a quebra, mas utiliza um tom mais conservador e prefere aguardar os resultados das oitivas “para não cometer injustiças”.

Neste domingo (03), o site da revista Veja publicou um vídeo em que José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da Petrobras em Brasília, e Bruno Ferreira, advogado da empresa, são flagrados em conversa suspeita (veja aqui).

No diálogo, gravado por meio de uma câmera escondida, os dois afirmam que o roteiro de perguntas feitas pelos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no Senado teria sido enviado para José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, Graça Foster (atual presidente) e para o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró. A informação seria utilizada durante a sabatina na CPI no Senado.

Para o Bocão News, Lúcio garante que já havia denunciado o possível vazamento de informações ao ter identificado que as perguntas feitas pelos membros da CPI no Senado eram “programadas”. O parlamentar peemedebista não acredita em resultado prático nas comissões. Para ele o resultado de fato virá com a intervenção judicial por meio da quebra de sigilos. “Só assim saberemos qual foi o rastro de dinheiro e chegaremos aos culpados”.

Já Araújo não acredita em manipulação nos depoimentos, mas não esconde o fracasso na compra por parte da Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O prejuízo, de acordo com Tribunal de Contas da União (TCU), está na ordem de 793,2 milhões de dólares.

Sobre a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de Gabriellie, o pessedeista acha prematura a ação, já que não foi comprovado dolo por parte do ex-presidente da estatal na compra da refinaria na cidade norte-americana do Texas. “Eu acho que isso (quebra de sigilo) é possível, é viável, mas tem que se fazer de forma responsável”, pontuou.

Na próxima quarta-feira (06), o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, será sabatinado na CPI Mista. Lúcio não acredita em avanços. “Se você espera alguma confissão não terá. Como sempre no PT ninguém vê, ninguém fala, ninguém sabe. Só teremos uma CPI de verdade quanto estiver em nossas mãos dados consistentes”.

Sobre as denúncias publicadas na Veja, Gabrielli, atual secretário estadual do Planejamento, informou ao Bocão News que agora, só falará nos autos.

A CPI Mista, com a participação de senadores e deputados, funciona paralelamente a uma CPI exclusiva do Senado. Ambas investigam irregularidades na compra de Pasadena pela Petrobras; o lançamento ao mar de plataformas inacabadas; o pagamento de propinas a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM visando à obtenção de contratos; e o superfaturamento na construção de refinarias.

O Brasil acabou pagando US$ 1,2 bilhão pela refinaria de Pasadena após o litígio com empresa belga Astra Oil, antiga proprietária da unidade industrial americana, concluído em 2012. O litígio, segundo as denúncias, ajudou a encarecer o negócio.

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