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"Deus não deixa que a gente passe mal", diz pintor que consome comidas despejadas por caminhão em lixo

Ilustrativa / Agência Brasil
Um pintor desempregado relatou que as comidas vencidas são despejadas em um lixo e reviradas por várias pessoas  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa / Agência Brasil

Publicado em 10/08/2022, às 07h54 - Atualizado às 08h06   Redação BNews


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Um caminhão da esperança. O que para muitos pode parecer pouco ou inútil, para outros, é uma luz no fim do túnel. Assim é visto o caminhão quer recolhe alimentos passados da validade de um supermercado na Lapa, no Rio de Janeiro. De acordo com O Globo, um homem, identificado como Ivanir Silva Moraes Junior – em vulnerabilidade social – contou como faz para driblar a fome causada pela falta de oportunidades. 

Segundo ele, esse caminhão, que passa de segunda a sábado, é aguardado por cerca de 15 a 20 pessoas. No local, os alimentos são despejados em um lixo e revirados pela população. 

“Só umas duas ou três pessoas moram na rua. Os outros todos têm casa, mas pegam as coisas do caminhão porque estão desempregados e precisam levar comida para dentro de casa. Tem uma senhora que vem com os netos, uma “escadinha”, várias crianças”, disse para O Globo. 

Na casa de Ivanir, residem 10 pessoas em uma ocupação no Centro. Porém, antes de conseguir essa vaga, ele, a esposa, o sogro, os dois cunhados, a tia, os três filhos e o neto, moravam embaixo de um viaduto. 

“Só quem recebe o Auxílio Brasil somos eu e meu cunhado, mas não é suficiente para o tanto de gente lá de casa”, ressaltou. 

De linguiça e carne a feijão, arroz, iogurte, esses são alguns dos alimentos que a família pega no lixo. Entretanto, todos fora da validade, conforme os relatos de Ivanir, que relatou ter se alimentado com comida vencida há um mês. 

Desempregado há 3 anos 

Desempregado há 3 anos, Ivanir é pintor e eletricista, mas desde que foi demitido, no início da pandemia, não conseguiu recolocação no mercado de trabalho. “Está muito difícil conseguir trabalho na minha área. Só se for indicado por alguém. Hoje em dia as pessoas ficam com medo de contratar quem não conhecem. Um colega fez uns cartõezinhos com o meu contato e eu distribuí por aí, mas se você não tiver alguém que diga “pode contratar ele que ele é bom, é de confiança”, fica difícil”, completou. 

Porém, apesar das dificuldades, o pintor contou que faz de tudo para não faltar alimentação para sua família, principalmente, seu neto de 1 ano e 8 meses. 

“Ele não come nada fora da validade, porque ele é um bebê, então às vezes eu fico sem, mas para ele não falta nada”, disse. 

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