Geral
O número de mães no Brasil está aumentando a cada ano. De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, existem mais de 67 milhões de mães no país e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mulheres entre os 20 e 29 anos ainda são maioria.
Os dados mostram que, em 2021, essa faixa etária representou 49,1% das mães brasileiras, evidenciando uma queda nos índices dos anos 2000 e os anos 2010, em que elas representavam mais da metade dos números, marcando 54,5% e 53,1%, respectivamente.
Karol Mota, Bruna Ferreira e Larissa Oliveira fazem parte desta porcentagem e tiveram seus filhos recentemente, na faixa dos 20 anos. As jovens conversaram com a reportagem do BNews e revelaram que precisaram se adaptar à nova rotina da vida com as crianças e os estudos.
“A responsabilidade com toda certeza é de cara um dos primeiros desafios, você ser mãe é estar ali a todo tempo com seu bebê. Mesmo doente ou indisposta é uma rotina que não muda sabe? Faça chuva ou faça sol tem uma pessoa que depende exclusivamente de você”, explicou Karol, que é mãe de Leon, de 2 anos.
A design de interiores ainda confessou que precisou abdicar de algumas coisas para dar o melhor para o pequeno. “Com isso vem a privatização do sono, a falta do autocuidado, até mesmo seu momento de lazer, logo no início é mais escasso, depois de um tempo você consegue se ajustar com a rotina do dia a dia com a criança”, disse.
Rede de apoio
Bruna Ferreira sempre sonhou em ser mãe e , apesar dos desafios, estava preparada para adaptar a rotina para receber Laura, que tem apenas 10 dias de vida. “Foi difícil lidar com o fato de ter que ser muito forte, querendo ou não, estudar, trabalhar, os sintomas da gravidez, as dores, a reta final foi onde mais chorei, mas graças a Deus hoje estou muito feliz”, contou.
A estudante de fisioterapia é casada e conta com a ajuda do marido e da mãe para cuidar da bebê. “Graças a Deus minha mãe é quem mais me dá apoio, vem sempre aqui, todas as folgas do trabalho dela, me ajudou nos primeiros dias na maternidade e quando chegamos em casa. Meu esposo também cumpre com a função dele de pai, faz tudo sozinho, dá banho, troca, reveza as madrugadas comigo, e nossa rotina acaba sendo acordar, tomar café, um toma banho, depois outro toma, olha ela, e assim levamos o dia”, afirmou.
A jovem também relatou que a ansiedade e o medo do desafio que estava por vir foi um fator de peso durante a gestação. “Os principais desafios pra mim na maternidade foi na minha mente, a ansiedade aumenta, os medos que surgem, a vida não para e você é forçada a lidar com tudo isso pra dar o melhor a seu filho”, disse.
A psicóloga Maria Janaina explica a importância da rede de apoio na adaptação dessas novas mamães. “A construção de rede de apoio com amigos e familiares, buscando conversar com essa mãe, no movimento de entender como essa ajuda pode chegar de forma respeitosa, no que essa mãe demandar, bem como nos cuidados e logística com filho(a), casa, descanso, vida profissional, lazer, vida acadêmica, etc, pode produzir ajuda efetiva. Oportunizando a essa mãe o poder escolher vivenciar de seu autocuidado, desejos e a maternidade de forma genuína.”
Desafios psicológicos
Ser mãe já é um desafio em tempo integral, mas as questões psicológicas sempre pesam quando a criança está prestes a nascer. Larissa Oliveira precisou se despedir da antiga vida de forma repentina e passou a dedicar seu tempo para cuidar de Ana Gabriela, de 10 meses.
“O luto pela pessoa que um dia você já foi [é o maior desafio], tudo fica mais difícil e tem que ser arquitetado bem antes por conta das privações que o bebê traz [..] Você tem que deixar alguns planos em escanteio mesmo com rede de apoio, porque um bebê até os 2 anos precisa de muita atenção e dedicação principalmente da mãe”, disse.
A modelo e designer de sobrancelhas ainda confessou que ficou bem abalada após o nascimento da filha, chegando a desconfiar que estava sofrendo de uma depressão pós-parto. “Nos três primeiros meses eu pensei que estava com depressão pós parto, então tive que iniciar a terapia e vim melhorando”, explicou.
Maria Janaina explica que é normal a sensação de perda nos primeiros meses, mas a ajuda psicológica deve ser um fator primordial para estas mães. “Informação qualificada e acompanhamento com profissional ou equipe multiprofissional da saúde, podem auxiliar essas mães a lidar com as mudanças e sentimentos ambíguos que acontecem na maternidade, reduzindo a influência da romantização e demonização da maternidade, dando lugar a uma tomada de decisão legítima”, concluiu.
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