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Espaços públicos em São Paulo se tornam ringue para "UFC de Rua": entenda

Reprodução/ vídeo
As lutas do "UFC de Rua" são gravadas pela “plateia”, que compartilha aos vídeos nas redes sociais  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ vídeo

Publicado em 31/03/2024, às 19h13   Cadastrada por Letícia Rastelly


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Na Zona Norte da capital de São Paulo, homens se reúnem e promovem o “UFC de Rua”: lutas improvisadas em áreas públicas, como praças, postos de combustíveis, ou mesmo no meio da rua. De acordo com reportagem de O Globo, as competições informais também contam com a participação de menores de idade.

As lutas são gravadas pela “plateia”, que compartilha aos vídeos nas redes sociais. Lá, é possível homens com pesos discrepantes em embates que são “fiscalizados” por juízes que têm os rostos cobertos com camisas.

Como tudo na internet, os vídeos dessas lutas clandestinas dividem opiniões. Há os que apoiam e até se oferecem para participar, enquanto outros condenam e se preocupam com os competidores, que não contam com nenhum tipo de amparo médico.

“As pessoas ficam sabendo dessas lutas pelas redes sociais e pelo WhatsApp. É muito violento, sem nenhum equipamento de proteção. Pode acontecer uma tragédia. De vez em quando a polícia passa e dispersa as pessoas. Mas assim que ela vai embora, todo mundo retorna”, contou uma comerciante da Freguesia do Ó, ao O Globo. Segundo ela, as “lutas” passaram a acontecer há poucos meses, sempre nas sextas, sábados e domingos.

Entre as regras, está proibido chutes, cotoveladas e agarrões. “Começou como uma brincadeira entre amigos. Ninguém bate para machucar, para arrancar dentes. É na amizade, um jeito de se divertir mesmo. No segundo dia que teve luta aqui, já apareceu uma multidão para assistir. Os confrontos duram três minutos. Se ninguém desistir, o próprio público declara quem é o vencedor”, contou o primo de um “lutador”. A reportagem também apurou que alguns espectadores fazem apostas nos competidores, pagando cerca de R$ 50 cada um.

Apesar de visceral, o coronel da Polícia Militar Azor Lopes da Silva Júnior diz que não há crime, pelo que é visto nos vídeos divulgados nas redes sociais. Ele considera que não há um embate entre pessoas com o intuito de lesionar, mas sim de competir segundo regras do esporte.

“Não há lei que impeça a prática de artes marciais fora das academias. Também acrescento que não nos pareceria escandaloso ver crianças de periferia jogando futebol e até se machucando durante a partida. O que as imagens mostram não são condutas ilegais, mesmo que seja algo que eu recrimine diante das circunstâncias como ocorrem. Por isso, não há interesse policial em monitorar esse tipo de atividade, desde que não se torne uma prática com fins lucrativos em exploração ao menor ou que leve a lesões graves ou fatais”, explicou o coronel.

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