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Pesquisadores do IBGE desistirem do trabalho em Feira de Santana por causa de dificuldades e atrasos nos pagamentos

Tânea Rêgo/Agência Brasil
Em Feira foram 530 pessoas contratadas para o censo 2022  |   Bnews - Divulgação Tânea Rêgo/Agência Brasil

Publicado em 09/09/2022, às 16h58   Redação BNews


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Cerca de 40 recenseadores selecionados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para atuarem no Censo 2022 em Feira de Santana abriram mão das suas funções. Um dos motivos seria o atraso no pagamento dos contratados. Ao todo, no município, 530 pessoas firmaram contrato com o órgão.

O trabalhador autônomo Marcos Oliveira Soares, 36 anos, foi uma dessas pessoas que desistiu do cargo. De acordo com o site Acorda Cidade, ele decidiu se inscrever para ser um recenseador do IBGE, logo quando abriu o edital, pois sempre se interessou em trabalhar para o instituto. Após realizar a prova e ser selecionado, Marcos Soares passou pelo treinamento e passou a fazer a pesquisa nas casas, mas depois de cinco dias, resolveu abandonar o serviço. “Fiquei cinco dias no trabalho, mas desisti por vários fatores. Primeiro, foi a falta de organização, o atraso nos pagamentos. No treinamento, eles não eram claros de quanto iriam pagar. Também teve a dificuldade do trabalho, as pessoas eram muito difíceis e não ajudavam. Muita ausência atrasava o trabalho e tinha muitas casas para serem visitadas”, afirmou.

A quantidade de pessoas selecionadas para atuar no censo em Feira de Santana foi insuficiente devido à quantidade de habitantes do município, segundo o recenseador. Além disso, os recenseadores têm enfrentado muitas dificuldades para ter acesso aos condomínios fechados. “Eu acho que para uma cidade com 600 mil habitantes ou mais, a quantidade de 500 recenseadores é muito pouco. Muitos colegas que fiz amizade no dia do treinamento relataram essas mesmas dificuldades que estou falando. Eu conheço um que nem começou a trabalhar. Iria começar, mas por atraso na liberação para ele entrar em um condomínio, ele perdeu a paciência e desistiu”, revelou Marcos Soares ao Acorda Cidade.

Ele acrescentou que foram cinco dias de treinamento para atuar em campo e cada recenseador deveria receber uma diária de R$ 40 pela participação. Após essa fase inicial, o pagamento seria de acordo com a produtividade de cada pesquisador.

“Dependendo da cidade eles colocavam uma taxa de diária de R$ 40 e em outras eram R$ 30. Aqui em Feira, a diária do treinamento era R$ 40 por cinco dias. Depois ganhávamos pela produção. Só quem tem salário fixo era o supervisor. Recebi o valor das diárias com muita luta, mas recebi. Agora estou trabalhando em uma empresa de ar-condicionado. Eu acho que foi um dos censos mais desorganizados que já ouvi falar e ficou muito abaixo das minhas expectativas”, lamentou.

Em nota, a direção do IBGE em Feira de Santana afirmou que o andamento da pesquisa na Bahia está acima da meta nacional, e que o ritmo do censo aqui no município está ocorrendo de forma acelerada, com 63,6% dos domicílios já visitados.

Quanto ao pagamento da ajuda de custo do treinamento realizado em julho, especificamente em Feira de Santana, 75 dos 76 pagamentos atrasados estão sendo efetuados até meados da próxima semana, por ordem bancária, no Banco do Brasil – o que praticamente vai zerar as pendências.

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