Infraestrutura

Wagner comemora resultado e lamenta saída de OAS e Odebrecht

Roberto Viana
No anúncio, o governador demonstrou frustração com a não participação das empreiteiras baianas  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 22/08/2013, às 10h29   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)



O governador da Bahia Jaques Wagner (PT) comemorou o cumprimento da segunda etapa da licitação da implantação do Sistema Metroviário Salvador e Lauro de Freitas. O leilão teve apenas um consórcio inscrito, a Companhia de Participações em Concessões (CPC), que aceitou os R$ 172,6 milhões por ano como contrapartida do Estado.

O valor apresentado é 5,05% menor que o teto estabelecido para gestão estadual (R$ 136 milhões), fato também mencionado pelo governador durante a entrevista coletiva concedida à imprensa no Centro de Convenções da Bahia, nesta quarta-feira (21). A contrapartida estadual contribui para a formulação do preço da tarifa que já está fixada em R$ 3,10, para quem utilizar apenas o metrô, e R$ 3,90 para quem utilizar além do metrô a linha de ônibus interligada ao sistema.

“Como a gente resolveu, a pedido de concorrentes, atrasar em um mês a abertura dos envelopes é possível que aquela primeira data de junho se empurre em um mês. Mas já tem o compromisso da vencedora do edital de que na Copa de 2014 já haverá uma operação assistida, não é ainda a comercial”.

Ao todo, a empresa vai ser responsável pela segunda etapa da construção da linha 1 do metrô que chega até Pirajá e da Linha 2 que vai até Lauro de Freitas. O investimento na Parceria Público Privada (PPP) será de R$ 3,6 bilhões com aporte de R$ 2,283 bilhões, divididas em R$ 1 bilhão do PAC Mobilidade Grandes Cidades, R$ 1 bilhão de financiamento do PAC. O restante do saldo é de financiamento da CBTU.

A CPC terá a concessão das linhas pelos próximos 30 anos. No total, serão 41,2 km de extensão e 11 terminais de integração.

Edital

O governador Jaques Wagner lamentou a desistência de três dos quatro grupos que haviam manifestado interesse de participar da licitação. De acordo com o gestor as quatro eram: Queiroz Galvão, CCR, Constran e o quarto grupo era formado pela OAS, Odebrecht e que estava trazendo para o consórcio as empresas de ônibus.

“Eu não nego uma certa frustração de um grupo com duas empreiteiras baianas não se interessarem em estar dando uma solução para a capital, que é base de suas empresas”, declarou Wagner durante a coletiva.

Questionado sobre as razões que levaram à desistência, Wagner jogou a bola para as empresas, contudo, levantou algumas possibilidades. “Eles entendiam que o preço estava errado e disseram que nossos cálculos estavam R$ 1,2 bilhão abaixo do que era razoável e por isso era impossível entrar na licitação. Eles pediram um mês para checar os números e depois voltaram com o valor de R$ 700 milhões. Disseram que o edital daria vazio. Eu estava seguro das nossas contas e mantive”.

Ainda houve tempo para comentar as mudanças feitas no edital para “aliviar” a carga da concessionária. “Nós (Estado da Bahia e Governo Federal) estamos fazendo uma série de obras como a duplicação da Avenida Pinto de Aguiar, Gal Costa, Lobato-Pirajá, 29 de março, transferência da rodoviária. Tudo isso é trabalho para o metrô dar certo. Isso tudo é alimentação do metrô. Aliás, no projeto original, várias obras de alimentação ficariam a cargo do consórcio. Quando achamos que estava muito carregado, nós tiramos para viabilizar o projeto”.

Nota originalmente postada às 19h do dia 21


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