A construção da Linha Viva em Salvador fez parte da visita a Salvador da inspetora das Nações Unidas para o Direito à Moradia Adequada do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Raquel Rolnik. A arquiteta e urbanista foi levada às imediações que receberão forte impacto da política da Prefeitura de Salvador em breve e ressaltou que o processo não está em acordo com as recomendações das Nações Unidas.Segundo Raquel, a maneira como a prefeitura está levando adiante o projeto – de acordo com os relatos que ouviu de moradores da comunidade e ativistas – viola o processo de participação popular desejável. Ela alega que grandes iniciativas urbanísticas requerem grandes debates com as comunidades afetadas para que a sua vontade seja levada em consideração.
“Qualquer comunidade tem o direito de discutir o projeto e interferir no mesmo a ponto de mudá-lo. A discussão pública tem que ser, sem dúvidas, a primeira etapa deste processo. A hora de dizer ‘quem, como, onde e quando’ é agora!”, declarou na visita, ocorrida na última sexta-feira (21).
De acordo com outros integrantes de movimentos contrários à Linha Viva, o projeto não tem nenhuma aprovação jurídica, os encontros promovidos para debater o assunto não têm participação da Prefeitura e que duas escolas municipais serão derrubadas e o campo de futebol e a horta comunitária serão retirados. Estas intervenções específicas ocorrerão somente no bairro de Saramandaia, onde ocorreu a visita.
