Coronavírus
DivulgaçãoPublicado em 26/02/2021, às 20h04 Henrique Brinco
A oposição do município de Juazeiro, no interior da Bahia, resolveu lançar uma ofensiva contra a prefeita Suzana Ramos (PSDB) diante de rumores a respeito do fechamento do Hospital de Campanha destinado para paciantes da Covid-19. Nas redes sociais, o vereador Alex Tanuri (PP) deu início a polêmica ao anunciar que decidiu dar entrada em um denúncia junto aos ministérios públicos Estadual e Federal contra a Prefeitura. O edil alegou que a unidade estava totalmente vazia, sem pacientes e funcionários trabalhando.
"Recebi a informação de que o hospital está sem funcionar há duas semanas e vim cumprir meu papel de fiscalizar. É inadmissível que, no momento em que os números da pandemia só crescem, esta unidade seja fechada. Espero que o MPE e o MPF possam agir contra este absurdo", declarou Alex Tanuri.
O deputado estadual Tum (PSC) também protestou. “É inaceitável que em pleno período mais crítico desta pandemia, a prefeitura tome esta atitude repentina e sem qualquer aviso prévio. Esta ação irresponsável atenta contra a saúde da nossa população” protestou.
O ex-prefeito Paulo Bomfim lamentou o caso, em nota. "Como podemos confirmar pelos dados da Sesab, assim como em todo o país a nossa região está passando por uma situação extremamente crítica e nada justifica o fechamento desse importante equipamento que muito esteve contribuindo para o enfrentamento da pandemia em Juazeiro. Não foi isso o que a prefeita eleita prometeu ao povo de nossa cidade e por isso lamentamos muito que o foco do atual governo municipal não seja mais o de salvar vidas, compromisso esse que a nossa gestão manteve até o último dia de trabalho", criticou.
Além do fechamento da unidade hospitalar, que foi aberto durante a gestão passada, os funcionários denunciam o não pagamento de salários. Estão circulando nas redes sociais vários vídeos sobre o caso. "Estamos na linha de frente salvando vidas", diz um dos funcionários, na gravação.
Procurada pelo BNews, a assessoria de imprensa da Prefeitura negou o fechamento e enviou um comunicado com o posicionamento da gestão e também da Secretaria Municipal de Saúde. "Humanizar o atendimento dos pacientes com Covid-19 tem sido uma preocupação constante da Prefeitura de Juazeiro. Porém, o Hospital de Campanha do município não oferecia estrutura adequada para o tratamento de pessoas com o novo coronavírus. Até 15 dias atrás, o hospital não passava de um galpão com camas. A unidade não tinha separação entre pacientes positivados e pacientes em avaliação, sem qualquer espaço para um acolhimento humanizado ou uma recepção que pudesse encaminhar os doentes para triagem. Essa realidade foi mudada pela gestão Suzana Ramos", ressalta.
O secretário de Saúde do município, Fernando Costa, também se manifestou no comunicado. "O Hospital de Campanha está melhor montado, pois reformulamos com consultório, triagem, sala amarela, sala vermelha, fluxo otimizado, coisas que a unidade não tinha. Temos um contrato vigente até 22 de março de 2021 e solicitamos prorrogação por mais 6 meses. As obras estão em fase de conclusão da adequação, para melhor humanização e acolhimento, apenas sendo reformulado com o acréscimo de atendimento de síndromes gripais, mantendo os intermediários ativos e requalificando a UPA para atendimentos emergenciais, devolvendo à população o acesso mais amplo para emergências e melhor aproveitamento dos nossos equipamentos de saúde", declarou.
A Prefeitura de Juazeiro diz ainda que "reestruturou em 15 dias toda a unidade de atendimento aos pacientes com suspeita de Covid-19" e "construiu áreas de separação entre os leitos, importante para evitar contaminação entre as pessoas durante a avaliação médica". A gestão ressalta ainda que "a Sala Vermelha criada para o atendimento a pacientes mais graves foi esquipada com mais respiradores, aumentando de um para três". A Secretaria de Saúde diz que criou também uma recepção para acolhimento.
"Desde o início da gestão, a proposta é melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes do Hospital de Campanha. Então começamos a adequação da unidade, separando uma área da UPA para o atendimento enquanto os trabalhadores estavam nas obras. O esperado era concluir toda a reestruturação em uma semana. Mas com a chuva, o hospital fica às margens de uma rodovia, a água escoa e alaga os leitos de modo geral. E a obra ficou mais lenta, mas está sendo finalizada", explicou o gerente administrativo do Hospital de Campanha e UPA, Régio Juliano Cunha.
Ainda segundo a prefeitura, "todos os processos da obra desde o início foram documentados pela Secretaria de Saúde" e que o processo de desinfecção e remontagem dos leitos foi concluído ontem. "O hospital não fechou em momento algum. Suspendemos o atendimento para evitar que as próximas chuvas provocassem estragos maiores e toda a adequação fosse para melhorar o nosso serviço para a população", finalizou Régio Juliano.
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