Denúncia

Ativista denuncia prefeitura de Ruy Barbosa por negligência contra cadela com tumor e leishmaniose

Arquivo pessoal
Rosi explicou que deixou o animal no Núcleo de Endemias, mas deixaram a cadela fugir  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 14/12/2018, às 18h37   Shizue Miyazono


FacebookTwitterWhatsApp

Uma ativista dos direitos dos animais, Rosi Falcão, denuncia órgãos da prefeitura de Ruy Barbosa, localizada a cerca de 300 km de Salvador, de negligência contra uma cadela com Tumor Venéreo Transmissível (TVT) e leishmaniose. Ao BNews, a protetora afirmou que há quatro meses o animal tem perambulado pelas ruas passando doença para os outros cachorros.

“No sábado, chegou ao ponto de os cachorros estarem cruzando com ela e a cadela está chorando no meio da rua, se jogando no chão, tipo, pedindo ajuda”, contou a mulher. Ela contou que o tumor é visível e a cadela fica sangrando e sofrendo com as dores.
Ela explicou que conseguiu resgatar a cadela e deixar na casa de outra protetora. Na segunda, procurou o prefeito e não foi atendida. Rosi contou que procurou a coordenadora do Núcleo de Endemias, que teria explicado que não tinha como acolher os animais de rua. “Na segunda vez ela me ignorou, estão ignorando o caso da cadelinha até hoje”.

Após muita indignação por parte da protetora, um funcionário acabou coletando sangue do animal e deu positivo para leishmaniose. Como o tratamento é muito caro e o Sistema Único de Saúde (SUS) não arca com as despesas, a mulher explicou que pagou R$ 380 para a veterinária sacrificar o animal, pois não tinha como ficar com a cadela em casa, já que tem um cachorro e seis gatos. 

Quando a cadela já estava na clínica, a veterinária ligou e disse o exame foi encaminhado para o Lacen, em Salvador, e era necessário aguardar 15 dias pelo resultado. Como não tinha onde deixar o animal, a ativista explicou que enrolou Mancha em um lençol e a deixou deitada no Núcleo de Endemias: “Sabe o que eles fizeram? Deixaram ela ir para a rua. Ela não sabe, nem os cachorros o que é TVT, mas eles [funcionários] sabem. Eu quero que eles resgatem, eles têm homens para isso”.



À reportagem, a coordenadora do Núcleo de Endemias explicou que o município não tem lugar específico para abrigar animais, que lá é um lugar de trabalho, onde recebe a população e não tinha como ficar com o animal no local. Após conversar com a secretária de Saúde e do secretário do Meio ambiente, resolveram deixar a cadela no quintal até o dia seguinte para decidir o que fazer, mas ela fugiu. “O pessoal tentou recuperar, mas não conseguiu. Tanto que nós estamos procurando e não estamos encontrando. Já falamos com várias pessoas, divulgamos em grupos [WhatApp], apesar de não ser responsabilidade nossa. A gente não é  responsável por recolher esses animais, colocar em algum lugar e cuidar desses animais”.

Além disso, a coordenadora contou que a cadela não é de rua, que tem uma dona, que já foi contatada e afirmou que não quer ficar com Mancha, pois está doente e ela não tem como cuidar. “A gente está tentando encontrar o animal para ajuda-lo, até se resolver se o dono vai ficar ou não, mas já tem pessoas de bom coração que já disse que vai ajudar. Caso o resultado do exame seja positivo, a gente vai acionar os advogados da prefeitura para saber qual é a conduta legal e a gente pode acionar também a delegada do município, a secretaria de Meio Ambiente e decidir em conjunto o que vai ser feito com esse animal. Mesmo que dê negativo [teste de leishmaniose] a gente precisa de um local, uma família para abrigar esse animal”.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp