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Junho Verde: algodão baiano mantém alta produção aliada a boas práticas de sustentabilidade

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Publicado em 21/06/2021, às 19h51   Eliezer Santos


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Desde que subiu ao posto de segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia consolida, simultaneamente a volumes cada vez maiores de produção, boas práticas de proteção ao meio ambiente hoje reconhecidas e validadas nacional e internacionalmente.

Concentrada majoritariamente em fazendas da região oeste do estado, a produção de algodão depende, em sua maior fatia (84%), unicamente da chuva e apenas 16% dos sistemas de irrigação, o que aumenta o apreço dos produtores com as questões de preservação ambiental. 

O produto baiano faz parte do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), de certificação de fibra sustentável, e que opera, desde 2013, com a ONG suíça referência em licenciamento neste quesito, a Better Cotton Initiative (BCI).

A dupla parceria traz recompensa dobrada: respalda os produtores com um dos mais completos programas de certificação que é o da ABR, atendendo ao rigor das legislações ambientais e trabalhistas do Brasil, e ainda dá sinal verde para voos mais altos, com explica o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi. 

"A BCI considera que quando um cotonicultor é certificado pelo ABR, automaticamente, se desejar, ele pode receber o licenciamento internacional”. Na safra 2019/2020, 78% das fazendas da região foram certificadas pelo ABR.

Numa ação casada com a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) desde 2017, a Abapa mobiliza ações para conservar e/ou recuperar vegetação em Áreas de Preservação Permanente (APP's), no entorno de nascentes, veredas e margens dos cursos d’água. A iniciativa já conseguiu identificar 220 nascentes, proteger outras 63, numa força tarefa com mais de mil pessoas de 34 comunidades.

“Este ano, estamos muito felizes pois o programa concorre como finalista ao Prêmio ANA 2020, concedido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, do Governo Federal", comemora Bergamaschi.

Os investimentos nas ações de governança sustentável acompanham a escalada positiva da cotonicultura, que, apesar da pandemia, rendeu R$ 4,6 bilhões na Bahia em 2020. A crescente também refletiu no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio baiano, que registrou um aumento de 4% no primeiro trimestre de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Os dados divulgados na última quinta-feira (17) pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), vinculada à Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan), mostrou ainda que o algodão foi o segundo produto com maior alta no preço (+69%), perdendo apenas para a soja, que cresceu quase 90%.

Outro braço de ação sustentável dos produtores de algodão do oeste da Bahia vem com o Patrulha Mecanizada, programa que já recuperou três mil quilômetros de estradas fundamentais para o escoamento da produção e que, paralelamente, constroi bacias de captação de água da chuva. 

Já são mais de 10 mil unidades desde 2013, além de 600 terraços e 10 mil desvios laterais, o que, segundo o presidente da Abapa, colabora para a "recarga dos lenções freáticos na região”.

“Este trabalho, realizado em paralelo às intervenções de recuperação das estradas, vem evitando o processo de erosão e o carreamento de areia, terra e pedras para as nascentes, durante as chuvas, colaborando para a recarga dos lenções freáticos na região”, reforça Luiz Bergamaschi. 

O programa já investiu, até o momento, R$ 40,2 milhões, com recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

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