Coronavírus

Preso na operação Faroeste, empresário testa positivo para Covid-19; MPF é contra transferência para hospital

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Publicado em 18/05/2020, às 20h11   Eliezer Santos


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O empresário Adailton Maturino, preso no âmbito da operação Faroeste, testou positivo para Covid-19 no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que seja transferido para um hospital privado, mas Ministério Público Federal (MPF) encaminhou, nesta segunda-feira (18), parecer ao relator da operação, ministro Og Fernandes, externando ser contrário à transferência.

Maturino, que se apresenta como cônsul de Guiné-Bissau, é investigado pelo MPF por ser considerado o operador de um esquema criminoso de compra e venda de sentenças no Oeste da Bahia, numa atuação combinada com desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e outros juízes.

Ele foi internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília, na última quinta-feira (14), com a pressão arterial descontrolada e já com a confirmação da contaminação com o novo coronavírus.

Ele recebeu alta hospitalar na sexta-feira (15), mas “ainda encontra-se muito debilitado”, afirmou ao BNews Adriel Maturino, filho do empresário. “Ele é hipertenso e pré-diabético”, acrescentou.

Segundo ele, a médica da custódia orientou que o paciente fosse internado imediatamente. Ele não soube responder à reportagem onde o pai está nesta segunda. “Desde sexta, o complexo não fornece nenhuma informação nem para os familiares, nem para os advogados”.

No parecer em que argumenta ser contra a transferência de Maturino, o MPF diz que ele foi diagnosticado com quadro leve de covid-19, passou por uma bateria de exames onde foi descartado o risco de complicações e seguiu para tratamento em cela individual em ala recém-inaugurada no sistema prisional da capital federal.

“Embora preso desde dezembro do ano passado, sem jamais haver solicitado atendimento médico ou ter informado qualquer histórico de doenças crônicas, Adaílton, em razão de uma crise hipertensiva, passou a alegar, no último dia 12, ser portador de hipertensão arterial e de diabetes. Ao ser atendido, no entanto, não soube informar sobre quais medicações fazia uso e, conforme exames clínicos, não apresentou alterações de glicemia (indicativo para diabetes), tendo sido devidamente medicado para tratar a hipertensão”, diz trecho da nota do MPF.

No último mês, o STJ negou o pedido de liberdade feito pela defesa de Adailton Maturino, que alegou razões humanitárias, considerando o risco de contaminação entre os detentos em meio à pandemia.

O ministro relator Og Fernandes considerou, à época, que as autoridades de saúde e segurança vinham adotado medidas adequadas para a proteção dos detentos no complexo da Papuda, e que Maturino não fazia parte do grupo de risco.

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