Justiça

Juiz decreta prisão preventiva do irmão de Beto Richa

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José Richa Filho é ex-secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Redes Sociais

Publicado em 30/09/2018, às 15h03   Redação BNews


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O juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, converteu a prisão temporária do ex-secretário do Paraná José Richa Filho, Pepe Richa, em preventiva - custódia por tempo indeterminado.

Na decisão, o magistrado apontou um 'complexo e sofisticado esquema criminoso, que perdura há anos num cenário de corrupção sistêmica'. Pepe é irmão do ex-governador do Estado Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado. 

O ex-secretário foi preso pela Operação Lava Jato, no dia 26 de setembro, em que o ponto central da nova etapa é a delação premiada do ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) no estado, Nelson Leal Júnior.

A PF e o Ministério Público Federal reuniram provas de corroboração das revelações do delator.

Segundo o juiz, conforme informou o Terra, as prisões preventivas dele e de mais dois alvos da Lava Jato 'se revelam imprescindíveis para preservar a ordem pública e econômica, na tentativa de desarticular a associação criminosa, impedir a reiteração delitiva e recuperar o resultado financeiro criminosamente auferido como proveito da ação ilícita'.

"Entendo inviável a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, uma vez que a natureza e a dinâmica da atividade de lavagem de dinheiro permitem que a atividade criminosa seja efetivada de qualquer lugar, com o uso de tecnologia e outros meios de comunicação, situação que evidencia que a prisão preventiva é a única medida efetiva para garantir a ordem pública, visando evitar eventual reiteração criminosa", afirmou ao expedir o decreto de prisão preventiva.

A Lava Jato identificou dois esquemas paralelos de pagamentos de propinas envolvendo o DER do Paraná: um deles era intermediado pela Associação Brasileira de Concessões Rodoviárias (ABCR) e funcionava desde 1999 e outro de propinas mensais de 2% dos valores de cada contrato vigente com os fornecedores do DER, implementado no governo estadual, a partir de 2011. Os esquemas teriam girado R$ 55 milhões em pagamento de propinas. 

A reportagem tentou contato com a defesa de Pepe Richa, mas não conseguiu. No dia em que o ex-secretário foi preso, a defesa dele afirmou que ele nunca foi chamado pela Polícia Federal para esclarecer quaisquer fatos atinentes à operação, mas seguiria colaborando com a Justiça, confiante em provar sua inocência. 

Classificação Indicativa: Livre

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