Justiça

Ricardo Lewandowski permite que defesa de João de Deus acesse relatórios do Coaf

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STF determinou que MP-GO junte ao inquérito três relatórios elaborados pelo Coaf   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 22/03/2019, às 15h13   Redação BNews


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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta sexta-feira (22/3) que o Ministério Público de Goiás junte ao inquérito que investiga João de Deus três relatórios elaborados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ministro atendeu a um pedido da defesa do médium. Na decisão, Lewandowski afirma que a defesa deve ter acesso integral ao material. O conteúdo dos relatórios foi utilizado pela acusação para fundamentar o pedido de prisão.

“A manutenção do sigilo faz com que a defesa desconheça as razões, ou parte delas, que levaram o MPGO a requerer a segregação cautelar do reclamante, o que configura flagrante violação do princípio da ampla defesa e do contraditório, impossibilitando que sejam refutados ou questionados nas diversas instâncias do Poder Judiciário”, explica.

O ministro lembra ainda que o Supremo já decidiu que “os estatutos do poder não podem privilegiar o mistério nem comprometer, pela utilização do regime de sigilo, o exercício de direitos e garantias fundamentais por parte daquele que sofre investigação penal ou acusação criminal em juízo”.

Segundo ele, o conteúdo dos relatórios diz respeito a informações de caráter pessoal de João de Deus. “Refere-se a considerações sobre suas movimentações financeiras. Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988, em seu rol de direitos e garantias fundamentais, preconiza que 'todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular'”, defende.

Para o ministro, é possível que as informações constantes deem origem a novas diligências. “No entanto, apenas os termos destes mandados é que devem permanecer em sigilo, seja durante o período em que estiverem em curso ou enquanto não iniciado o seu cumprimento”, conclui.

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