Justiça

Executivo pede penhora de 50% de ações da Braskem adquiridas pela Odebrecht

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Grubisich também acusa empresa de fraude a credores com ajuda de quatro bancos  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 07/10/2019, às 11h21   Yasmin Garrido


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O executivo José Carlos Grubisich Filho, ex-acionista da Odebrecht, pediu na Justiça a penhora de 50,11% de ações da Braskem adquiridas pelo grupo, além de acusar a empresa de fraude contra credores por meio de aumento de garantia junto a quatro bancos comerciais - Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil.

De acordo com o processo, que tramita em São Paulo, Grubisich, que é ex-presidente da Braskem e da antiga ETH Bioenergia, é credor da Odebrecht com R$ 67,7 milhões a receber. Ele alegou que a empresa pegou empréstimos com os bancos para adquirir ações da Braskem, papeis que não fazem parte da recuperação judicial do grupo, o que configura, segundo ele, fraude a credores.

A ação denunciou que os empréstimos de bancos à Odebrecht foram feitos nos últimos três anos, quando o grupo já apresentava sinais de insolvência. “Nessas operações, o grosso dos recursos emprestados pelos bancos comerciais ao Grupo Odebrecht era destinado ao pagamento de dívidas das quais esses próprios bancos eram credores ou fiadores. Ou seja, na prática, essas operações realizadas nos últimos três anos não representavam ingresso de “dinheiro novo” no Grupo Odebrecht, mas apenas rolagem de dívidas anteriores ou pagamentos em sub-rogação disfarçados”, afirmou o executivo.

Grubisich requereu à Justiça a anulação das garantias prestadas às instituições bancárias em determinados financiamentos - incluindo as ações da Braskem - bem como a alteração da classificação dos créditos das instituições financeiras na recuperação judicial do Grupo Odebrecht, com a equiparação dos credores a débitos trabalhista, acelerando o prazo para quitação.

Em outras palavras, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander emprestaram dinheiro para que a Odebrecht pagasse Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander. Dito de forma simples: tratava-se apenas de rolagem de dívida”, afirmou a defesa de Grubisich. Como garantia aos bancos, a Odebrecht ofereceu as próprias ações da Braskem, principal ativo do grupo, o que, segundo os advogados, preparou as instituições bancárias para eventual pedido de recuperação judicial.

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