Justiça
Publicado em 10/02/2020, às 19h19 Redação BNews e Agência Brasil
O ex-governador Sérgio Cabral confirmou que fez colaboração premiada com a Polícia Federal (PF), homologada pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele foi interrogado nesta segunda-feira (10), pela primeira vez, na condição de réu colaborador, pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, e admitiu que a esposa, Adriana Ancelmo, sabia que ele mantinha um caixa paralelo.
“Ela sabia que eu tinha um caixa paralelo. Claro que sabia. Ela sabia que meus gastos eram incompatíveis com a minha receita formal. Na verdade, ela nunca sentou com um fornecedor, nunca tratou de nenhuma [ilegalidade]. Eu não estou dizendo isso para protegê-la, mas é a pura verdade. [Mas] usufruiu largamente”, afirmou.
O advogado Alexandre Lopes, que defende Adriana Ancelmo, rebateu as afirmações de Cabral através de nota: “Não vejo como possível levar a sério esse novo depoimento de Sérgio Cabral. Se ele sequer mencionou o fato à Polícia Federal, ao que se sabe, em sua delação, passa-se a ideia de que o ex-governador quer se posicionar como um colaborador da Justiça, confessando tudo o que lhe for perguntado, a fim de auferir benefícios que nem mesmo o Supremo Tribunal Federal concedeu. Parece desespero pelos quase 300 anos de pena já impingida”.
Cabral foi ouvido no processo referente ao restaurante Manekineko, sobre possível lavagem de dinheiro envolvendo o escritório de advocacia de Adriana.
"Sou um colaborador da Justiça e quero colaborar de fato", disse Cabral.
Prisão
O ex-governador está preso desde outubro de 2016, condenado a mais de 280 anos de prisão. A defesa de Cabral não quis revelar o teor do acordo, por estar sob sigilo.
Ele foi interrogado antes de Adriana Ancelmo, que exerceu o direito de permanecer em silêncio, apenas confirmando o que já havia falado em interrogatório anterior.
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