Justiça

Lava Jato: Dallagnol critica ‘desmonte do modelo de combate à corrupção’

Tomaz Silva/ Agência Brasil
O Governo Bolsonaro e o STF lançarão um projeto que retira poder do Ministério Público Federal em acordos de leniência  |   Bnews - Divulgação Tomaz Silva/ Agência Brasil

Publicado em 01/08/2020, às 12h12   Redação BNews


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O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, lamentou a iniciativa do Governo Bolsonaro e do Supremo Tribunal Federal (STF) de lançar um projeto que retira poder do Ministério Público Federal (MPF) em acordos de leniência. A regulamentação está em fase final e concentra as negociações Controladoria-Geral da União (CGU) e na Advocacia-Geral da União (AGU). 

“Pouco a pouco se desmonta o modelo de combate à corrupção que fez história nos últimos anos. Um dos pilares da Lava Jato foram os acordos de colaboração feitos pelo Ministério Público com pessoas e empresas”, criticou o procurador através de seu perfil no Twitter. 

O colega de Dallagnoll na Lava Jato em Curitiba, o procurador Roberson Pozzobon, também se manifestou na rede social contra a iniciativa, que considerou um ‘retrocesso inacreditável’. "Os maiores acordos de leniência, aqueles que hoje permitem a devolução de bilhões para os cofres públicos, a responsabilização dos corruptos mais poderosos do Brasil, foram firmados pelo Ministério Público!", destacou Pozzobon.

Ele compartilhou a crítica de Dallagnoll e acrescentou: "Corretíssimo, salvo no tocante ao ‘pouco a pouco’. Ultimamente as investidas tem sido de ‘bastante a bastante’, ou de baciada como preferem dizer alguns... Lamentável".

De acordo com O Globo, os investigadores acreditam que o novo modelo deixará brechas para que o governo saiba sobre de diversas investigações sigilosas em andamento pelo país.

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