Justiça

Além da denúncia de plágio, aluna quer que Cátia Raulino responda por estelionato

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Solimar Mussi vai prestar depoimento contra a jurista no MP-BA na tarde desta quarta-feira  |   Bnews - Divulgação Brenda Viana/BNews

Publicado em 26/08/2020, às 11h52   Brenda Viana e Yasmin Garrido


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As representações contra a jurista Cátia Regina Raulino junto ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) só aumentam. Duas notícias de fato iniciais, abertas pelas alunas Solimar Mussi e Lorena Falcão, se transformaram numa lista de seis denúncias, que envolvem plágio e exercício ilegal da profissão. E o número pode aumentar, porque Solimar disse, na manhã desta quarta-feira (26), que vai denunciar a professora também por estelionato.

“Hoje, além da denúncia, vou pedir a representação de estelionato. Eu estou exausta física e psicologicamente com tudo isso. Ela prejudicou muita gente, até profissionais colegas dela na faculdade”, disse a advogada, que alegou ter sido vítima de um plágio de artigo cometido por Cátia, à época orientadora do curso de Direito da UniRuy e professora de Direito Tributário II na mesma instituição.

A advogada pediu na 9ª Delegacia que não prestasse depoimento no mesmo horário de Cátia, porque não gostaria de encontrar pessoalmente a ex-professora. “Pedi que eu não encontrasse com ela, porque é muito chocante você confiar na pessoa, ter ela como referência, e depois tudo pesa sobre sua cabeça. Você perde o chão, fica sem ter o que pensar em um momento desse”.

O artigo de Solimar é sobre uma temática do Direito Tributário e, segundo ela, foi plagiado em 80% pela jurista. “Os outros 20%, que eu achava que eram citações indiretas de meu trabalho, são na verdade plágio de outra colega, que também vai entrar com representação contra ela”, afirmou. E continuou: “Eu espero que o meu artigo volte a ser meu, porque eu quero fazer um mestrado, seguir a carreira acadêmica”.

Ela contou ao BNews que apenas tomou conhecimento do plágio em março, enquanto organizava material para juntar à inscrição do mestrado. “Uma amiga já tinha me falado que meu artigo havia sido publicado por uma revista e eu disse que não era o mesmo, porque Cátia não tinha falado nada comigo. Até então, não existia a suspeita de ela não ter nem a graduação e, como era doutora no assunto, poderia ter escrito sobre o mesmo tema”, declarou a advogada.

Solimar afirmou que tem vontade que a justiça seja feita e que, se o MP-BA optar por não oferecer denúncia contra a jurista, ela vai entrar com uma ação individual, chamada de subsidiária da pública. Se pudesse dizer alguma coisa a Cátia, seria: “Eu, sim, sou advogada, eu tenho OAB, e você escolheu o caminho errado”, concluiu. Cátia Regina Raulino foi ouvida pelo Ministério Público na manhã desta quarta-feira e não se sabe ainda o conteúdo do depoimento prestado.

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