Justiça

Promotora Lívia Vaz fala sobre racismo e alerta para falta de delegacia especializada na Bahia

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Coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação participou de live comemorativa dos 10 anos do BNews  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 15/09/2020, às 19h14   Redação BNews


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A promotora Lívia Vaz, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (GEDHDIS) do Ministério Público da Bahia MP-BA), participou, na tarde desta terça-feira (15), de uma live da série especial dos 10 anos do BNews

Lívia iniciou a entrevista falando sobre sua própria vivência no MP-BA e situações de discriminação: "Desses 16 anos no MP, eu passei pelo menos 13 tentando provar que eu era promotora de Justiça, inclusive pelo público externo. Eu sempre fui confundida com a estragiária, com servidora. Nao digo isso por serem cargos menos dignos, mas pelo estranhamento de verem uma mulher negra como promotora. Só de três, quatro anos pra cá eu percebo, além do estranhamento desse corpo negro e feminino, uma surpresa. Uma surpresa boa, porque em geral eu atendo pessoas negras e elas dizem: 'nossa, que bom que é você quem vai nos atender'". 

Segundo a promotora, "esse estranhamento acontece porque mulheres negras são subrepresentadas no sistema de Justiça" e apenas "6% dos magistrados brasileiros são mulheres negras". Lívia Vaz afirmou que antes de se reconhecer como promotora negra, sua essência é de mulher negra, e que está promotora de Justiça

A entrevistada foi enfática ao afirmar que não é necessário apenas combater o racismo institucuinal, mas promover a igualdade racial, uma vez que "o racismo não é algo pontual, mas algo que nos acompanha desde a infância". E destacou: "É necessário não só ser negro, mas tornar-se negro, assumir sua idantidade racial, fazer um processo proativo que atinge e beneficia não só você como indivíduo, mas a comunidade".

Lívia Vaz falou sobre a importância dos estatutos da igualdade racial Estadual e Municipal, mas fez um alerta: "O estatuto estadual prevê criação de uma delegacia es para casos de racismo e intolerância religiosa, mas não existe isso na prática". 

Assita à entrevista completa no perfil oficial do BNews no Instagram [@bocaonews].

Classificação Indicativa: Livre

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