Justiça
Publicado em 09/06/2021, às 15h17 Henrique Brinco
O Ministério Público Federal denunciou, nessa terça-feira (8), o assessor do presidente Bolsonaro, Filipe Martins. A ação acontece após o denunciado realizar, durante sessão do Senado Federal, "gestos racistas" utilizados por movimentos extremistas ligados à ideia de supremacia branca, fazendo referência à expressão "White Power".
Em nota, o MPF informou que foram realizadas perícias minuciosas sobre os movimentos praticados por Filipe a fim de analisar se o assessor estaria de fato apenas ajeitando o seu terno, como ele alegou. No entanto, a conclusão investigativa apontou que as ações foram incompatíveis com um possível ajuste das suas roupas.
Para o órgão, "ficou evidente que Filipe agiu de forma intencional e tinha consciência do conteúdo, do significado e da ilicitude do seu gesto. "Ele responderá segundo a lei de crimes raciais por ter praticado e induzido a discriminação e o preconceito de raça", afirma o comunicado.
A denúncia ainda apontou que Filipe apresenta padrão de comportamento e difusão de ideias ou símbolos extremistas. O documento explica ainda que a ação praticada pelo denunciado enquadra-se no que é chamado de “dog-whistle politics”. Na seara política, o termo faz referência à transmissão de gestos, palavras ou imagens de forma discreta ou dissimulada.
Se declarado culpado, ele pode ser condenado à prisão, ao pagamento de multa mínima de R$30 mil e à perda de cargo público.
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