Política

AGU e MPF brigam sobre bloqueio judicial de R$ 2,1 bilhões da Odebrecht

Publicado em 30/03/2017, às 11h40   Redação Bocão News


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Uma decisão assinada na última sexta-feira (24) pelo juiz federal Friedmann Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba, expõe uma disputa aberta no governo federal que pode, na prática, jogar por terra o acordo de leniência firmado pela empreiteira baiana Odebrecht com o MPF (Ministério Público Federal), em dezembro passado, na Operação Lava Jato. A informação foi divulgada pelo Uol.
Segundo o site, na decisão, o juiz trata, principalmente, do bloqueio de R$ 2,1 bilhão em bens da Odebrecht, sequestrados pela Justiça como forma de garantir que seja coberta parte do prejuízo causado aos cofres públicos na construção da refinaria de Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco.
Por conta do acordo de leniência, o MPF alega que o bloqueio não tem cabimento. A AGU (Advocacia-Geral da União) discorda. Wendpap deu razão ao MPF, mas da decisão ainda cabem recursos. E não poupou críticas à disputa entre os dois órgãos vinculados ao Executivo federal.
"O Estado não pode se fragmentar em múltiplos órgãos, cada qual simbolizando a idiossincrasia de seus agentes públicos", escreve, na decisão. Noutro ponto, é mais enfático. "Em alguns momentos o cotidiano esquizofrênico do nosso Estado deve ceder passo à racionalidade. [São] Ocasiões em que se faz história e não apenas tange-se a rotina como devir enfadonho."
Procurada pela reportagem, a AGU informou que está analisando o recurso cabível. Já o MPF disse que não comentaria a decisão do juiz.
Publicada no dia 30 de março de 2017, às 6h32

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