Política

Delação de dono da UTC é questionada após decisões pró-políticos do STF

Marcos Bezerra/Futura Press
Baiano é réu na Lava Jato acusado de coordenar o "clube vip" das empreiteiras na formação de um suposto cartel  |   Bnews - Divulgação Marcos Bezerra/Futura Press

Publicado em 19/12/2017, às 07h09   Redação BNews


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O isolamento do relator da Lava Jato, Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal (STF), ficou evidente na segunda turma da corte, após a decisão de arquivar denúncias contra quatro políticos por falta de provas. As informações foram divulgadas pela coluna Painel, do jornal Folha. Votaram por arquivar o caso os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Somente Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, votou para abrir a ação penal contra os parlamentares.

Segundo o jornal, a maioria dos ministros que compõem o colegiado entendeu que a Procuradoria Geral da República (PGR) não se esforçou para juntar provas às descrições de delatores. 

A coluna acrescenta que o resultado foi uma prévia da pedreira que as ações montadas pela equipe do ex-procurador Rodrigo Janot enfrentarão na ala da corte que analisa os casos originados nas investigações na Petrobras.

Nesta segunda (18), detalha o jornal, ao rejeitarem as denúncias contra o senador Benedito de Lira (PP-AL) e seu filho, o deputado Arthur Lira (PP-AL), a maioria dos ministros mandou que a primeira instância apurasse o que havia contra o terceiro acusado, o delator e dono da UTC, o baiano Ricardo Pessoa. 

De acordo com a publicação, ao analisarem os resultados dos julgamentos, integrantes do STF se dividiram. Uma parte disse que, além da crítica ao MPF, há uma reprovação implícita do trabalho de Fachin como condutor dos inquéritos. A outra diz que está em curso uma operação abafa.

Pessoa é réu na Lava Jato acusado de coordenar o "clube vip" das empreiteiras na formação de um suposto cartel que atuou no esquema que desviou recursos da Petrobras. Em junho de 2015, o STF homologou a delação firmada pelo dono da UTC com a Procuradoria-Geral da República.

Segundo a denúncia, apresentada em 2015 pelo então procurador-geral da República, o senador e o deputado receberam propina de R$ 2,6 milhões em 2010 e 2011 de um esquema de corrupção na Diretoria de Abastecimento da estatal. Com a decisão do STF, pai e filho, agora ficam livres de responder a um processo penal no caso.


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