Uma transmissão ao vivo realizada através do Facebook (Live), na quarta-feira (30), na praia de Arembepe, em Camaçari, já alcançou mais de 560 compartilhamentos até a manhã deste sábado (2). Nas imagens, a munícipe Fabiana Franco registra a presença de uma máquina que alterava a paisagem natural de uma área de dunas e de desova de tartarugas marinhas, nas proximidades da Aldeia Hippie.
Durante a transmissão, a cinegrafista critica a gestão municipal, até ser surpreendida com a chegada do proprietário do terreno, que reclama da cinegrafista, exibe documentação e interrompe agressivamente as imagens. Assista:
Após a agressão, internautas que acompanhavam a transmissão criticaram o ato violento e até temeram pela integridade física de Fabiana. "Gente o que é isso, agressão à mulher??? Meu Deus que horror", escreveu um seguidor. "Fabiana não era pra você fazer essa gravação sozinha", alertou outro.
Após o incidente, a internauta continuou a postar na rede social, inclusive, compartilhando uma foto do alvará do terreno e questionando: "Que secretaria de Meio Ambiente é essa que libera um suposto alvará para esse crime?".
Procurado pelo BNews, o coordenador de fiscalização da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur), Uzias Marcelino, afirmou que o terreno integra o Loteamento Segunda Ampliação Arraial Arembepe, "aprovado pela prefeitura e devidamente registrado em cartório".
O preposto explicou à reportagem que o dono do terreno possuia alvará para construção de um muro, porém, com o vencimento do primeiro documento, a obra foi embargada. Após renovar o alvará, as obras foram retomadas, gerando, novamente, intervenções da comunidade. Ao BNews ele afirmou que uma equipe foi enviada ao local para avaliar a situação.
Após enviar uma equipe ao local, a Sedur constatou irregularidades e cassou a documentação, "em razão da denúncia de utilização do alvará de construção de muro para realização de atividade de manejo de terra, desvirtuando o objeto do alvará de construção de muro para realização de atividade de manejo de terra, desvirtuando o objeto do alvará concedido, violando o Código de Polícia Administrativa, legislação ambiental e condicionante expresso no alvará".
"Essa obra somente foi suspensa graças a pressão popular", postou Fabiana após ter conhecimento do despacho.
Também procurada pelo BNews, a assessoria do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) informou ter conhecimento da denúncia e que equipes também foram enviadas ao local. No entanto, o órgão ressaltou que a responsabilidade pela fiscalização da área é da Prefeitura de Camaçari.
Publicada originalmente dia 2
