Meio Ambiente

Especialista alerta para possibilidade de desmatamento irreversível na Amazônia

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Cientista e professor Carlos Nobre compareceu à Semana do Clima da América Latina e Caribe  |   Bnews - Divulgação Reprodução // Agência Brasil

Publicado em 19/08/2019, às 16h36   Redação BNews*


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Presente na Semana do Clima da América Latina e Caribe, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Salvador, o professor Carlos Nobre, cientista destacado principalmente na área dos estudos sobre o aquecimento global, falou sobre o perigo do desmatamento na floresta amazônica se tornar irreversível. "Nossos estudos apontam que se o desamtamento passar de 20% a 25% da área total, que hoje está entre 15% e 17% - e isso pode acontecer em 20 ou 30 anos, aí o clima do sul da Amazônia vai ficar mais seco e virar um serrado, e isso é irreversível", comentou. 

Sobre a avaliação em relação às políticas do governo, Carlos Nobre destacou: "na minha avaliação, umas das imperfeições em sistemas democráticos de muitos países, inclusive no Brasil, é que governantes não gostam de dar más notícias. Então, essa questão de segurar divulgação de dados de desmatamento que o Inpe produz não foi a primeira vez que aconteceu. Mas é uma atitude que dura muito pouco tempo, porque agora em outubro o Inpe lança o dado que analisa o desmatamento em 12 meses, com muito mais informações. É muito importante que esse dado não registre um aumento significativo do desmatamento da Amazônia". 

"De fato não há nenhuma grande ação, não houve continuiade de uma série de ações que o Brasil vinha liderando em nível internacional. Felizmente o brasil não seguiu Trump e não saiu do Acordo de Paris, mas vários programas estão meio que na sombra, e é justo que os estados assumam mais o protagonismo. Inúmeras cidades assumem compromissos e mudam suas polítias. Tem a movilidade urbana, com carros elétricos, ônibus elétricos, energia renovável. Acidade tem um papel muito importante em muitas direções", afirmou a jornalistas. 

Questionado sobre e inflexão das políticas no atual governo, o especialista completou: "essa inflexão nao é de hoje. Pode ter se insinuado mais, mas não é de hoje. Houve a flexibilização do código florestal em 2012. A principal preocupação foi passar pro setor agrícola a noção de que qualquer irregularidade ou multa será perdoada no ciclo posterior. Parte do aumento do desmatamento na Amazônia e no serrado veio disso".

*Com informações do repórter Bruno Luiz

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