Meio Ambiente

Empresa investe mais de R$ 14 milhões na preservação de nascentes na bacia do Mucuri

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A empresa Suzano, companhia de papel e celulose que atua na Bahia, já investiu mais de R$ 14 milhões na preservação de nascentes da bacia do Mucuri ao longo dos últimos três anos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Wikipédia

Publicado em 22/03/2021, às 19h31   Marcos Maia


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A empresa Suzano, companhia de papel e celulose que atua no Estado da Bahia, já investiu mais de R$ 14 milhões na preservação de nascentes da bacia do Mucuri. A iniciativa surgiu a partir da experiência de grandes secas vivenciadas na região em  2015, e já viabilizou o plantio de 30 mil mudas de árvores nativas. 

Atualmente, mais de 400 nascentes estão em recuperação. “Tivemos uma grande seca em todo nosso território que fez com que a gente acendesse um sinal de alerta e entendesse que não só a empresa vivenciou  o problema naquele momento, e que a sociedade passou por aquilo em conjunto”, contou Yugo Matsuda, idealizador do projeto.

Ele  já foi gerente de meio ambiente florestal da regional Bahia/Espírito Santo, e hoje ocupa o cargo de gerente corporativo de meio ambiente florestal da Suzano. Matsuda conversou com jornalistas na tarde desta segunda-feira (22), dia em que se celebra o Dia Mundial da Água, sobre a iniciativa. 

A ação começou em Minas Gerais e tem atividades iniciadas no estado da Bahia, com ênfase no município de Mucuri, Extremo Sul, e adjacências. Atualmente, quatro municípios integram o projeto, e a Suzano quer avançar com a iniciativa à longo prazo. Batizado de “ Nascentes do Mucuri”, o projeto caminha para seu terceiro ano de atuação, sem ficar restrito apenas às áreas de atuação da empresa. 

Com 321 km de comprimento, o rio nasce no nordeste de Minas Gerais - mais exatamente na cidade de Teófilo Antônio -  e deságua no sul da Bahia. "Esse é um trabalho que efetivamente jamais poderia ter a efetividade que tem se fosse feito apenas nas áreas da Suzano. O objetivo é focar na água, melhorar a qualidade de vida das pessoas e garantir a perenidade do rio Mucuri", afirma.

Funcionamento

Matsuda explica que a iniciativa, além de fortalecer políticas públicas já existentes, opera restaurando áreas degradadas, com o intuito de restabelecer a vegetação nativa das localidades. Além disso, o programa busca engajar pequenos produtores rurais, os capacitando para a produzir mais e de maneira sustentável - com menor consumo de insumos e mais tecnologias básicas -, transferindo conhecimento técnico de baixo custo.

Os produtores rurais são sondados pela Suzano, e caso queiram participar do projeto, a empresa entra em suas propriedades, buscando nascentes a serem preservadas. 

“Acreditamos que não é suficiente termos áreas naturais e esquecer áreas produtivas. Existem boas práticas de tecnologia para que as pessoas continuem plantando seu café, seu milho sem ter impacto no bio. Às vezes as pessoas plantam café de forma inadequada e quando chove, toda aquela terra, o solo, vai para o rio. Isso é ruim para a água”, explica.

Matsuda cita, por exemplo, a técnica de plantio em curva de nível, usada para romper essa quantidade de terra que poderia ir para o rio. As áreas de atuação do projeto, que conta com 25 profissionais, começa onde o rio nasce e seguirá ao decorrer de seu curso.

“Nossa programação, ao menos a médio prazo, é planejar seguindo rio abaixo”, disse. Nesse processo, as áreas mais degradadas pela ação humana terão prioridade. Contudo, desde já, o trabalho realizado ao longo dos últimos anos já tem apresentado resultados.

“Depois de um ano, nitidamente, a vegetação, as espécies naturais voltam. A gente trabalha para que todas essas regiões possam ter água por mais tempo. Quando não chove, temos essa vegetação ajudando a produzir água quando seca”, continua.  

Matsuda avalia que estes números só foram possíveis pela preocupação dos pequenos produtores em preservar o meio ambiente. Segundo ele, mais de 1500 propriedades já fazem parte do processo ou estarão recebendo a capacitação necessária para preservar as nascentes. O engajamento tem acontecido. As pessoas estão sensibilizadas. A sociedade quer olhar para água como bem coletivo e está fazendo sua contrapartida para colaborar”, conclui.  

Empresa e Pandemia

Resultante da fusão entre a Suzano Papel e Celulose e a Fibria, a Suzano é líder mundial na fabricação de celulose de eucalipto e uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina. A empresa exporta para mais de 80 países e conta com onze plantas industriais.

Além da joint operation Veracel, possui capacidade instalada de 11 milhões de toneladas de celulose de mercado e 1,4 milhão de toneladas de papéis por ano. A unidade instalada em Mucuri, no Extremo Sul da Bahia, conta com 6700 pessoas e capacidade de produzir 1,7 milhões de celulose ao ano. 

Heverton Fábio, responsável pela unidade desde o início do ano passado, acrescenta que o município também tem condições de produzir 250 mil toneladas de papel ao ano, além de 60 mil toneladas ao ano de bens de consumo - como, por exemplo, papel higiênico.

A Suzano tem colaborado com o combate à pandemia do novo coronavírus através de ações como a extensão do funcionamento do Hospital de Campanha de Teixeira de Freitas  por mais seis meses, e a doação de 47 respiradores. Além disso, a empresa cedeu um veículo ao município de Mucuri para transporte de vacina e pacientes. 

Fábio salienta que a companhia tem trabalhado na manutenção de todas as medidas de adequações físicas e estruturais nas operações em postos de trabalho, viabilizando distanciamento e segurança aos seus colaboradores que precisam continuar trabalhando presencialmente durante a crise sanitária.

Classificação Indicativa: Livre

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