Meio Ambiente

Ações de conscientização têm contribuindo com queda de queimadas, diz comandante do 11º GBM de Itaberaba

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Ao longo das últimas décadas a Bahia enfrentou grandes temporadas de incêndios florestais, como por exemplo, nos anos de 2005, 2007, 2008 e última grande temporada em 2015   |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 16/07/2021, às 17h54   Samuel Barbosa


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Com a intensificação dos períodos de seca, são grandes as possibilidades de surgimentos de incêndios florestais, principalmente por conta da umidade relativa do ar, que tende a diminuir nessas épocas do ano. Acontece que não só o clima contribui com o surgimento de focos de queimadas, a ação humana é uma das principais causas de incêndios nesta época do ano, mas ações conjuntas têm contribuído para a conscientização da população.

Em conversa com o BNews, o tenente-coronel Jean Vianey, comandante do 11º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) de Itaberaba, a cerca de 280 Km de Salvador, ressaltou que ao longo das últimas décadas a Bahia enfrentou grandes temporadas de incêndios florestais, como por exemplo, nos anos de 2005, 2007, 2008 e última grande temporada em 2015.

Segundo o tenente, o ano de 2015 foi bastante atípico. “Enfrentamos um número muito grande de incêndio florestais de grande intensidade que causaram muita perda, muitos danos ambientais na região, principalmente na Chapada Diamantina e no oeste baiano”. 

O comandante do 11º GBM diz que atualmente é observada uma diminuição desse tipo de acontecimento em decorrência do aumento da capacidade de atuação do Corpo de Bombeiros e emprego dos brigadistas voluntários. “Em 2020 tivemos um incêndio em Mucugê que foi também um trabalho de ação conjunta muito bem feita, os órgãos envolvidos conseguiram debelar o incêndio de forma muito eficiente, e esse ano entre o final de março e início de abril tivemos um incêndio que causou repercussão em Lençóis e também em uma área do município de Iraquara, mas também foi um trabalho muito bem feito de parceria entre nossa corporação e os demais órgãos envolvidos”. 

A ação humana contribui muito para o surgimento de focos de incêndio nesta época do ano. “A gente pode citar a renovação de pastagens que é uma prática errada, principalmente na época de muita estiagem, a queima para limpeza de área é muito utilizada, mas vem diminuindo o número porque a gente tá aumentando o nível de conscientização das pessoas, das comunidades”, explica. 

Vianey lembra também que soltar fogos em locais inapropriados e perto de vegetação é uma situação perigosa. “Já aconteceram alguns eventos de incêndio causado por fogos, então quem tá se utilizando fogos, principalmente nas épocas juninas, tem que prestar bastante atenção, soltar em locais adequados e longe da vegetação que está seca nesse período e pode causar incêndios florestais. Outra causa muito observada inclusive em outras regiões do país e a imprudência e descuido em fazer fogueiras em acampamentos. Em relação ao nosso Parque Nacional [da Chapada Diamantina], as nossas áreas de preservação ambiental, nas áreas de pesca se tem o costume de fazer fogueira para passar a noite, então vale deixar claro que quando fizer o uso de fogueira faça a devida proteção e ao deixar o acampamento apague a brasa, cubra com terra pra evitar que tenha nessa fogueira uma fonte de ignição para incêndios florestais”.

Ainda de acordo com o militar, é importante evitar o descarte de ‘bituca’ de cigarro pelas janelas dos carros em beiras de rodovias. A ‘bituca’ aquecida em contato com a vegetação seca pode ser a combinação perfeita para o surgimento de focos de incêndio. 

Queimadas em áreas urbanas

Segundo tenente-coronel, a Bahia está em um período em que a vegetação está seca, com pouco período de chuvas na região central e oeste do estado. De acordo com o militar, os índices que avaliam a possibilidade de ter incêndios ou propagação nessas regiões estão altos. “Todas as condições climáticas estão favoráveis a ter incêndios, então nessa época é proibido o uso do fogo, e as pessoas que se utilizam do fogo tem que se ter a ciência do órgão ambiental estadual, do instituto de meio ambiente do Estado, e das secretarias municipais de meio ambiente. Inclusive estamos enfrentando um período de pandemia em que a propensão de fumaça pode complicar muito a vida de quem já tá com a situação complicada em relação a pandemia por estar enfrentando dificuldades respiratórias”.

Por fim, Vianey alerta para os dados registrados entre janeiro e julho deste ano. “Nós fizemos uma análise através do site do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e registramos que de 1º de janeiro até 15 de julho já foram registrados 2.073 focos de calor. Esse número é muito maior que o registrado no mesmo período  de 2020, que foram 1.028, ou seja, já temos mais que o dobro. Isso preocupa bastante porque por precisamos cada vez mais de conscientização da população para não fazer o uso do fogo para a limpeza de terreno, queimar lixo e não atear fogo na beira de rodovias”, pediu.

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