Meio Ambiente

Amazônia registra terceiro maior recorde de desmatamento em 10 anos

PF via Amazonia Real/Fotos Públicas
Bnews - Divulgação PF via Amazonia Real/Fotos Públicas

Publicado em 06/08/2021, às 19h23   Redação BNews


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Dados do sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desta sexta-feira (6) mostram que o desmatamento entre agosto de 2020 e julho de 2021 foi o segundo maior da atual gestão do presidente Jair Bolsonaro, que iniciou em 2019, e o terceiro maior da década.

“Os números do Deter sugerem a possibilidade de fecharmos 2021 como terceiro ano consecutivo com taxas de desmatamento da Amazônia acima de 10 mil km2 - uma marca histórica desde 2008. Está ficando evidente que um dos grandes legados do governo Bolsonaro será a destruição da maior floresta tropical do planeta", afirmou Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil à CNN Brasil. 

O Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) mostrou que foram registrados 8.712 km2 em alertas de desmatamento entre 2020/2021, o que deixa, de acordo com os dados dos últimos seis anos, o período atrás somente dos 9.216 km2 desmatados entre agosto de 2019 e julho de 2020. 

"Os números falam por si: em três anos de governo Bolsonaro, temos três recordes de desmatamento na Amazônia desde 2008. Todos os brasileiros já estão sentindo as consequências dessa política da destruição: o aumento da conta da luz, o risco de falta de água e as dificuldades do homem do campo com suas lavouras têm relação com uma Amazônia cada vez mais perto do seu limite", destacou o diretor-executivo do WWF-Brasil, Maurício Voivodic. 

Segundo a CNN, julho teve 1.417 km2 de desmatamento na Amazônia, o Pará e Amazonas registraram 498 km2 e 402 km2, respectivamente, e ocupam o primeiro e o segundo lugar no ranking dos maiores desmatadores do mês. 

O Deter mostrou ainda que, no Cerrado, foram registrados 661 km2 de desmatamento em julho, registrando um um crescimento de quase 24% em relação ao ano anterior (2019-2020).

Maranhão, Bahia e Tocantins são líderes no ranking dos estados com o maior percentual de área desmatada em 2020. "Enquanto o desmatamento aumenta, PIB, renda per capita, nível educacional, saúde infantil e expectativa de vida no Brasil recuam. O que também cresceu nos últimos anos foi o desemprego e a desigualdade social. Estamos perdendo os dois maiores biomas do Brasil sem que isso gere crescimento, qualidade de vida ou renda para o país", afirmou Maurício Voivodic.

Vale ressaltar que o desmatamento e a degradação florestal aparecem como uns dos principais motivos para o aparecimento de doenças zoonóticas como HIV/AIDS, Ebola, SARS, Febre do Vale Rift e, a partir de 2020, a Covid-19. De acordo com a CNN, isso acontece devido ao aumento do número de animais em áreas desmatadas e degradadas, o que causa mais doenças nos animais que, por consequência, acabam interagindo mais com as pessoas porque a presença de humanos nos locais de floresta degradada também cresce.

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