Meio Ambiente

O que está em jogo na Cúpula do Clima que começa no Egito neste domingo? Saiba detalhes

UNFCCC/Nações Unidas
Cúpula do Clima acontece em ano marcado por desastres climáticos e recordes de temperatura  |   Bnews - Divulgação UNFCCC/Nações Unidas

Publicado em 05/11/2022, às 17h56 - Atualizado às 18h01   Yuri Abreu


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A partir deste domingo (6), os olhos do mundo estarão virados para o Egito, país do norte da África que sediará a 27ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27).

Na oportunidade, líderes de diversos países vão discutir ações para combater esse processo, ainda mais que, nos últimos anos, o planeta venha registrando recordes de temperatura e desastres climáticos ao redor do globo.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve comparecer ao evento, após convite do presidente egípcio Abdel Fatah al-Sissi. O encontro será realizado até o dia 18 deste mês e deve contar com a presença de mais de 200 representantes das nações.

Eventos do tipo têm sido cada vez mais necessários, uma vez que o planeta está aquecendo por conta das emissões produzidas pelos seres humanos, principalmente através da queima de combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão.

Segundo os cientistas climáticos da ONU, através do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura global já subiu 1,1°C e caminha para alta de 1,5°C.

Mas, se a temperatura subir de 1,7 a 1,8°C acima dos níveis de 1850, o IPCC estima que metade da população mundial pode ser exposta a calor e umidade em níveis que ameaçam a vida.

A escolha em levar esta edição para um país africano se deve ao fato de o continente, conforme o IPCC, ser uma das regiões do mundo mais vulneráveis às alterações do clima.

Atualmente, estima-se que 17 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar na África Oriental — parte do continente banhada pelo Oceano Índico — por causa da seca.

Apesar dos diversos assuntos em debate, durante o evento, a COP27 se concentrará em três áreas principais: Redução de emissões; ajudar os países a se prepararem e lidarem com as mudanças climáticas; e Garantir apoio técnico e financiamento para países em desenvolvimento para essas atividades.

Além disso, algumas questões não totalmente resolvidas ou cobertas na COP26 serão retomadas, a exemplo do financiamento de perdas e danos — dinheiro para ajudar os países a se recuperarem dos efeitos das mudanças climáticas, em vez de apenas se prepararem para isso.

Financiamento

Um ponto de imbróglio entre as nações é a questão do financiamento. Em 2009, os países desenvolvidos se comprometeram a doar US$ 100 bilhões (R$ 512 bilhões) por ano, até 2020, aos países em desenvolvimento para ajudá-los a reduzir as emissões e se preparar para as mudanças climáticas. A meta foi descumprida e postergada para 2023.

Mas, as nações em desenvolvimento também estão pedindo pagamentos por "perdas e danos" — compensações pelos impactos climáticos enfrentados agora.

Uma opção para os pagamentos foi excluída das negociações sobre o clima de Bonn, cidade da Alemanha onde foi realizada a COP26, após resistência das nações mais ricas, que temiam ser forçadas a pagar indenizações por décadas.

A União Europeia concordou que as discussões sejam retomadas na COP27.

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