Polícia

Após campanhas educativas, número de denúncias sobre violência contra a mulher cresce em Salvador

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As mulheres estão mais fortalecidas e dispostas a denunciar   |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Youtube

Publicado em 04/06/2019, às 19h20   Márcia Guimarães


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As mulheres estão mais fortalecidas e dispostas a denunciar quando são vítimas de violência doméstica, antes que a situação piore e culmine em feminicídio. Somente em abril e maio de 2019, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Periperi registrou 640 ocorrências de violência doméstica, familiar ou íntima contra esse público. Destas, 600 inquéritos foram encaminhados para a Justiça e 340 medidas protetivas foram deferidas.

O aumento no número de denúncias começou no primeiro trimestre deste ano, após uma série de campanhas do Governo do Estado e da imprensa sobre violência contra a mulher. Nesse período, foram 1300 ocorrências na Deam de Periperi, segundo a delegada titular Simone Moutinho. A maioria é vítima de companheiros ou ex-companheiros.

“O trabalho de enfrentamento à violência doméstica é em rede e todas as campanhas que foram feitas ajudaram a instruir a mulher a registrar a ocorrência. Hoje, ela não deixa mais acontecer a lesão corporal para registrar. Quando há a agressão moral, psicológica, ela já procura a Delegacia. Considerando que o feminicídio é um delito de natureza progressiva, quando ela corta o mal pela raiz, ela corta o ciclo de violência e diminui o número de feminicídios”, alertou a delegada. 

Ela cita que há casos que são de crimes estritamente privados, como os crime contra a honra. Nestas situações, após o registro da ocorrência, as vítimas são encaminhadas diretamente para o Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem), vinculado à Defensoria Pública da Bahia. Isso porque é necessária uma queixa-crime, que é feita em cartório, em juízo. Lá mesmo é resolvida a questão da medida protetiva.

“Os números não mentem. As mulheres devem procurar a delegacia, pois lá ela vai ter o encaminhamento multidisciplinar necessário, inclusive psicológico, jurídico e de assistência social, até para oportunidades de emprego e renda. É preciso superar o medo, denunciar e reescrever a própria história”, destacou Simone.

Outros crimes

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, foram 33 casos de feminicídio no Estado no primeiro quadrimestre de 2019. Os estupros tiveram queda de 32,6%, 61 casos a menos de janeiro a abril em relação ao mesmo período de 2018. Outras reduções foram observadas nos crimes de tentativa de homicídio, de 144 para 117 (-18,8%), lesão corporal dolosa, de 6055 para 4565 (-34,6%), injúria, de 4410 para 3534 (-19,9%), e ameaça de 12.554 para 9874 (-21,3%).

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