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Spotify tem 3ª melhor abertura de capital na tecnologia

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Ação da empresa, estimada em US$ 132 , fechou o dia em US$ 149,01, tendo atingido antes um pico de US$ 168,48  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 03/04/2018, às 23h07   Folhapress



Na ressaca do escândalo do Facebook e com a Amazon agora na mira do presidente americano Donald Trump, o Spotify decidiu vender suas ações na Bolsa de Nova York num momento de grande apreensão no Vale do Silício.

Mas a turbulência não impediu que o aplicativo de streaming de músicas tivesse uma das maiores ofertas iniciais da história desse setor, chegando a uma capitalização de US$ 25 bilhões, muito acima dos US$ 20 bilhões esperados antes da operação.

Horas antes do início do pregão, a ação da empresa estava avaliada em US$ 132, mas acabou fechando o dia a US$ 149,01, tendo atingido antes um pico de US$ 168,48.

O processo também foi atípico. Em vez de realizar uma oferta pública inicial de ações nos moldes tradicionais, que envolve a emissão de novos papéis e o respaldo de grandes instituições financeiras, o Spotify fez uma listagem direta dos papéis já existentes.

Isso significa que acionistas podiam vender ações a partir da estreia da empresa na Bolsa, o que explica a demora para a precificação e a flutuação dos valores -os papéis só começaram a ser vendidos a US$ 165,90 mais de três horas depois da abertura do mercado em Nova York.

Mesmo incomum e considerada bastante arriscada pelos analistas, a estratégia não decepcionou os acionistas.
No ranking das empresas de tecnologia na Bolsa de Nova York, o desempenho só ficou atrás do Alibaba, a gigante chinesa de comércio online, que registrou US$ 234 bilhões na abertura, e do Facebook, com US$ 82 bilhões.

Mas o futuro é duvidoso para o Spotify, uma empresa que nunca registrou lucro desde sua criação há 12 anos.
Isso porque o grosso de seu faturamento, estimado em US$ 5 bilhões ao ano, acaba nas mãos das gravadoras que detêm os direitos autorais sobre as 35 milhões de músicas disponíveis em seu catálogo.

Nesse sentido, analistas veem o aplicativo como investimento mais arriscado que outras plataformas do mesmo ramo, como a Netflix - empresa de TV sob demanda, que, diferentemente do Spotify, produz conteúdo.

Outro perigo são os concorrentes. O aplicativo sueco é líder em streaming de músicas, mas disputa espaço com Apple, Google e Amazon.

E, ao contrário do Spotify, essas firmas podem se arriscar mais, já que dominam outros mercados lucrativos e podem reagir a abalos.

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