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Trump quer levantar barreira de aço com o México e fala em "crise humanitária"

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O presidente americano apresentou números sobre a entrada de imigrantes ilegais e de entorpecentes  |   Bnews - Divulgação Fotos Públicas

Publicado em 09/01/2019, às 11h47   Redação BNews



O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu a construção do muro com o México em pronunciamento na noite de terça-feira (madrugada de quarta, no Brasil). Segundo o G1 Mundo, Trump disse que há uma crise humanitária e de segurança na fronteira e voltou a culpar os democratas pela paralisia orçamentária. De acordo com a publicação, o presidente americano apresentou números sobre a entrada de imigrantes ilegais e de entorpecentes. E, novamente, ele pediu US$ 5,7 bilhões para levantar “uma barreira de aço, ao invés de cimento”. Trump também atacou a oposição: “quanto sangue americano terá que ser derramado até que o Congresso aprove?”.

O discurso de Trump é uma tentativa de convencer os americanos de que o muro na fronteira com o México, que custará mais de US$ 5 bilhões, é fundamental para a segurança do país. Conforme o G1, por causa desse projeto, Trump trava uma queda de braço com o Congresso, que resultou na suspensão do financiamento de setores do governo. O presidente exige que os congressistas incluam a verba para o muro no orçamento do próximo ano e se recusa a assinar qualquer projeto sem essa cifra. Mas a maioria democrata da Câmara não concorda.

A paralisação parcial da administração e o congelamento de salários, chamado de 'shutdown', entrou no 19º dia e afeta 800 mil funcionários federais.

Segundo a publicação, Trump não declarou emergência nacional durante o discurso - como alguns especulavam-, o que lhe permitiria usar verbas destinadas a obras militares para construir o muro e driblar o impasse com o Congresso. A iniciativa estaria sujeita a ser imediatamente impugnada na Justiça.

A lei de emergência já foi adotada em várias ocasiões, como na presidência de George W. Bush (após os atentados de 11 de setembro de 2001) e pela administração de Barack Obama (durante a epidemia de gripe H1N1 para suspender algumas disposições do sigilo médico).

O presidente americano convidou as lideranças do Congresso para uma reunião nesta quarta-feira, na Casa Branca. Do Salão Oval da Casa Branca, o presidente também evocou os perigos enfrentados durante os imigrantes durante a travessia. As estatísticas e os números apresentados durante o discurso são questionados pela oposição e pela imprensa. Segundo o "New York Times", que transmitiu o pronunciamento ao vivo em seu site e confrontou as frases de Trump com serviço de checagem de fatos, alguns dados são enganosos.

De acordo com o jornal, apesar do tráfico de heroína pela fronteira sul dos EUA, outras drogas são enviadas diretamente da China por entradas legais. Trump disse ainda que os EUA não conseguem mais acomodar imigrantes que entram ilegalmente no país. "Estamos sem espaço para segurá-los e não temos como devolvê-los de volta ao país deles", disse.

Imediatamente após o discurso de Trump, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, e a presidente da Câmara Baixa, Nancy Pelosi, reagiram às declarações do presidente e exigiram que o governo fosse reaberto. Também em rede nacional, os líderes democratas afirmaram que Trump não poderia continuar tratando os americanos como reféns.

Chuck Schumer afirmou também que é favorável a mais segurança na fronteira dos EUA com o México, mas que o muro é desnecessário. 
Trump fez da construção do muro o tema central de suas políticas de tom nacionalista. Desde a campanha eleitoral, afirma que a fronteira com o México é uma porta aberta para os criminosos, inclusive narcotraficantes, estupradores, terroristas, pessoas com doenças perigosas e falsos solicitantes de asilo.

Os democratas acusam Trump de inflar a "crise" na fronteira e consideram que o muro é uma manobra política que não vale o dinheiro que exigiria dos contribuintes.

Além do pronunciamento desta quarta, Trump visitará a fronteira dos Estados Unidos com o México na quinta-feira (10), em mais uma tentativa de pressionar o Congresso sobre as negociações sobre o muro.

Paralisação
Cerca de 800 mil funcionários federais foram afetados pela paralisação parcial de agências da administração do governo, o chamado 'shutdown', que ocorre desde 22 de dezembro. Essas agências estão sem recursos e os funcionários impactados sofrem com o atraso de seu pagamento.

Algumas agências de pesquisa americanas — como a Fundação Nacional de Ciência (NSF, em inglês) e até a própria Nasa, a agência espacial dos EUA, vêm sofrendo com a falta de fundos.

Trump disse na sexta-feira que está "preparado" para que a paralisação orçamentária se estenda por mais de um ano, após uma reunião com os líderes democratas do Congresso para tentar alcançar um acordo.

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