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2019 termina com cerca de 250 jornalistas presos por divulgação de notícias falsas

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China, Turquia, Arábia Saudita e Egito estão entre os países que mais prendem  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 27/12/2019, às 10h03   Yasmin Garrido



O relatório anual divulgado pelo Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) revelou que, até o dia 1º de dezembro, 250 jornalistas haviam sido presos somente em 2019. As detenções aconteceram, principalmente, na China, Turquia, Arábia Saudita e Egito, em razão de acusações de compartilhamentos de notícias falsas.

Para o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon, os índices representam “uma ameaça ao sistema global de informações do qual todos dependemos”. Ainda de acordo com ele “governos repressivos estão usando essas táticas cruéis para privar suas próprias sociedades e o mundo inteiro de informações essenciais”.

O relatório ainda apontou que jornalistas envolvidos em cobertura política têm mais chance de serem presos, seguidos dos que investigam violações a direitos humanos e corrupção. Segundo o levantamento do CPJ, 11 países efetuaram prisões desse tipo nos últimos cinco anos: China, Turquia, Egito, Iraque, Síria, Etiópia, Ruanda, Irã, Camarões, Nigéria e Somália.

Em todos os casos, há leis em vigor que criminalizam a disseminação de “notícias falsas” com definições vagas, ou seja, sem que o conceito de fake news seja especificado. Em Camarões, por exemplo, é ilegal divulgar “qualquer notícia sem poder apresentar provas de sua veracidade ou ter uma boa razão para acreditar que é verdadeira”, explicou Joel Simon.

Ele também afirmou que na Etiópia podem ser presos por até 20 anos “aqueles que publicarem declarações que possam incentivar, direta ou indiretamente, o terrorismo”. No Irã, as punições para quem publicar conteúdos que “prejudiquem a moral pública ou sejam falsos” vão desde prisão até à pena de morte.

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