Indígena é encontrado morto duas semanas depois de fazer denúncia na ONU; entenda

O indígena Tymbektodem Arara foi encontrado morto, supostamente por afogamento, no dia 14 de outubro, duas semanas após fazer um grande discurso na ONU. De acordo com uma pessoa que estava com ele, o indígena recebeu áudios com ameaças de alguns fazendeiros locais.

A Polícia Federal do estado do Pará está investigando o caso para descobrir as circustâncias da morte, que aconteceu na Terra Indígena Cachoeira Seca, a 250 km da cidade de Altamira (PA).

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Popularmente conhecido como Tymbek, o indígena foi encontrado morto em um rio em 14 de outubro, 16 dias após ter feito um discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), na Suíça. Tymbek havia ido denunciar a invasão de terras na Terra Indígena Cachoeira Seca, onde vive a etnia Arara.

"Somos um povo de contato inicial, viemos aqui para exigir que se respeite nossa vida e nosso território. Sofremos muitas invasões. A demarcação só ocorreu 30 anos depois do contato com os não indígenas, em 2016", disse o indígena.

A terra em que vivem os Arara tem sido alvo de uma ação predatória para a obtenção de madeira. 

Em relato para a Globo, o acompanhante de Tymbek deu detalhes sobre as suspeitas: "Tanto ele quanto o cacique receberam áudios, nenhum dizendo 'Vou te matar', mas 'Ah, você está aí? Que bom que está defendendo sua terra'. 'Vocês não têm medo?', 'O que estão fazendo aí?' E eles ficavam dando perdido, dizendo que era para apresentar a cultura Arara".

Quando voltou para o Brasil, a Força Nacional realizou toda a escolta de Tymbek e do cacique Arara desde desembarcarem no Pará até a chegada à aldeia. O líder indígena morreu dois dias depois.

Existem duas versões diferentes sobre a morte de Tymbek: uma diz que o indígena estava em um barco e havia se jogado por conta própria no rio para nadar e não saiu mais da água, com os ribeirinhos tentando salvá-lo; e outra que o indígena foi jogado do barco por eles e, como estava bêbado, não conseguiu nadar e acabou se afogando.