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Morte de adolescente após beber shake para crescer músculos vira caso de Justiça

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O jovem Rohan Godhani, de 16 anos, ganhou o mix de proteínas dos próprios pais, para crescer músculos  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa
Tiago Di Araújo

por Tiago Di Araújo

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Publicado em 29/06/2023, às 09h09


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Um caso trágico, que causou comoção na internet em 2020, voltou à tona nesta semana. Na última terça-feira (27), foi iniciado o julgamento do caso Rohan Godhania, um adolescente britânico de 16 anos que morreu após ingerir um shake de proteínas, que ganhou dos próprios pais, para crescimento de músculos e melhora da postura.

Na época, o jovem foi levado ao hospital e teve os órgãos doados antes que os médicos definissem a relação entre o suplemento e os problemas de saúde, depois de sofrer um dano cerebral irreversível. Acontece que a pessoa que recebeu o fígado de Rohan começou a ter convulsões meses depois da doação.

Segundo a imprensa local, diante dos problemas de saúde, foi feita uma biópsia no órgão que constatou que Rohan tinha deficiência em ornitina carbamoiltransferase, uma doença rara que envolve enzimas responsáveis por retirar a amônia do sangue.

Sendo assim, ficou constatado que o sheik de proteínas gerou uma alta na amônia, que se acumulou e alcançou níveis considerados letais. No entanto, a família de Rohan alega que o hospital não fez exames de amônia, que poderiam ter acusado a doença e permitido tratamento em tempo hábil, salvando a vida do rapaz.

Além disso, a família processa a unidade de saúde por não ter aceitado o filho em ala pediátrica, mesmo com 16 anos, acabou sendo classificado como adulto. “Não deveria existir qualquer discussão sobre se ele poderia ser admitido em um hospital pediátrico ou na ala de adultos. Se ele tivesse sido tratado pelo especialista pediátrico, acho que teria recebido um diagnóstico correto mais rapidamente”, afirma o professor Finbar O’Callaghan, professor de neurologia pediátrica do Instituto de Saúde da Criança da University College London, no Reino Unido, uma das testemunhas do processo.

Já o legista Tom Osborne, que também participa do julgamento, pediu em seu depoimento que as empresas fabricantes de shakes de proteína escrevam no rótulo do produto um alerta sobre a probabilidade de desenvolver a OTC. “Apesar de ser uma condição rara, pode ter efeitos graves se alguém toma a bebida e tem um pico de proteínas”, afirma o especialista.

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