BNews Nordeste
Publicado em 07/03/2023, às 07h42 - Atualizado às 08h10 Cadastrado por Pedro Moraes
Pernambuco registrou um segundo ataque de tubarão em dois dias na mesma Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife. Um outro ataque ocorreu em Olinda. Os casos acenderam um alerta para as autoridades públicas.
Segundo o biólogo marinho Marcelo Szpilman, presidente do AquaRio, o fenômeno dos ataques de tubarão tem como influência também a ação humana, com a construção, por exemplo, do Porto de Suape.
Segundo o especialista, as obras que aterram mangues - locais em que os tubarões obtinham alimento -, e bloquearam o acesso a rios, onde as fêmeas dos cabeça-chata geram seus filhotes, fizeram com que os animais buscassem novas áreas para habitar. Toda essa conjuntura, portanto, os levou até o litoral de Recife o que, consequentemente, gerou o maior contato com os banhistas locais.
“Quanto maior a interação do homem com o tubarão, maior o número de acidentes”, frisa Spzilmann, em entrevista ao jornal O Globo. “Essa coisa do animal querer se alimentar do homem é muito raro. É problema de território”, garante.
Razão para amplo índice de morte
Ainda conforme a publicação, o biólogo marinho também aponta que uma razão fundamental para que a taxa de letalidade seja imperativa é o acesso das equipes de resgate a treinamento adequado para essas situações.
“Os salva-vidas de Recife são muito bem treinados para o salvamento aquático. O que falta é um treinamento mais intensivo para o primeiro atendimento”, indica.
“O que mata é o afogamento provocado pelo choque hipovolêmico (situação de emergência decorrente da perda de grande quantidade de líquidos e sangue). Quando a pessoa é resgatada da água, não morre porque você consegue conter o sangramento", finaliza.
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