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Empresário é vítima de homofobia por personal trainer de academia: 'Tentou me bater duas vezes'

Agência Brasil
Vítima disse que era xingada constantemente e que só não foi agredida fisicamente porque o personal foi contido  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 19/07/2022, às 12h00   Redação


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O empresário e produtor cultural, Patrese Calheiros acusa um personal trainer, da academia em que malhava, no bairro de Pajuçara em Maceió, de homofobia. Segundo ele, o homem quase o agrediu fisicamente em academia e por conta disso está com medo de voltar a treinar. “Ele tentou me bater duas vezes". O empresário denunciou o caso à Polícia Civil e a Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB/AL). Agora ele espera que agressor seja punido.

De acordo com o G1, Patrese já era vítima de frases homofóbicas desse funcionário da academia em que frequentava há cerca de dois anos. Mas, no dia 23 de junho o agressor o xingou diretamente e só não o bateu porque foi contido pelo personal da vítima. O nome do agressor e nem a imagem da vítima foram divulgadas por orientação da advogada do empresário que preza pela segurança do cliente.

"Eu estava treinando com o meu personal trainer e quando faltavam 10 minutos para acabar meu treino, ele [o agressor] chegou e disse que a gente tinha que sair da máquina em que eu estava fazendo exercício. O meu personal é super gente boa e disse para ele revezar a máquina, mas ele não queria revezar, queria que a gente saísse", contou Patrese.

Contrariado, o acusado intensificou as agressões. "Me chamou de merda. Disse 'você é um merda aqui'. Ele continuo me agredindo, falando palavras de baixo calão e, do nada, disse para mim 'eu vou dar o que você quer, menina'. Quando ele falou isso para mim, eu fiquei muito nervoso. Foi em tom de ameaça. Ele estava me ameaçando. Eu falei 'repete o que você está falando, você está me ameaçando?'. Eu comecei a falar alto para que as pessoas ao redor ouvissem, porque ele estava me ameaçando ali dentro da academia, com tom homofóbico", relatou.

"Ele não gostou e partiu para cima de mim para me bater, no meio de todo mundo. O meu personal trainer foi a única pessoa que interferiu, segurou ele para não me bater. Eu não saí do local, mantive a postura, a cabeça erguida e ele [agressor] saiu xingando. Ele saiu, mas voltou me xingando e partiu de novo para me bater. Ele tentou me bater duas vezes. Mais uma vez o meu personal segurou ele", disse Patrese.

Ao acabar o treino, o empresário pediu a funcionários da academia o telefone do gerente do estabelecimento para contar o acontecido. Foi quando teve mais uma decepção. “O gerente disse 'ok, vá fazer o seu B.O. e notifique a academia. Depois da ligação, eu tive certeza que teria de ir à polícia, porque, se eu não fosse, a academia não iria fazer nada", lamentou.

Num outro momento, acompanhado da advogada Elijanny Farias, o empresário se reuniu com os proprietários da academia em busca de solução para o problema. "A gente propôs que eles se retratassem e criassem uma campanha na academia contra homofobia e qualquer tipo de discriminação e a gente quer uma punição [para o agressor]. O dono aceitou fazer a retratação, mas não tem interesse em punir o agressor", afirmou Patrese.

Desde 2019 a homofobia é crime no Brasil e os atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados como racismo. "Eu tenho orgulho de ser gay. Eu não tenho vergonha de ser quem eu sou. As pessoas não podem sair falando, ameaçando, só porque você é diferente delas", concluiu.

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