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Entregador passa três dias preso após ser confundido com homem de mesmo nome; saiba detalhes

Arquivo Pessoal
Entregador foi abordado durante reunião com amigos em um imóvel  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 27/01/2024, às 15h13   Cadastrado por Bernardo Rego


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O entregador Allan Santos da Silva, 24 anos, viveu uma situação muito desagradável no último sábado (20). Ele foi preso por engano na cidade de Teresina, no Piauí. De acordo com a decisão judicial, ele foi confundido com um homem de mesmo nome, só que 18 anos mais velho, do Espírito Santo. Ele foi encaminhado a uma unidade prisional, teve o cabelo raspado e ficou três dias detido. 

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Ao G1, Allan disse que cerca de 10 viaturas da Polícia Militar foram até o local onde ele estava com amigos. Todas as mulheres foram retiradas do imóvel e os homens tiveram seus nomes e fichas criminais verificados. Quando fizeram a busca pelo nome dele, encontraram um mandado em aberto. Porém, o mandado não era para o entregador.


"Um inferno, uma data que nunca vou esquecer. Eu lutarei até a minhas últimas forças para processar o estado porque é isso que merece por todo sofrimento, toda coisa que passei. Chorei [na] cela. Cheiro de bosta (sic), senti cheiro de m***, pedi ajuda, mas não me ajudaram. Farei de tudo para processar o estado. Farei de tudo para ganhar e que eles aprendam a lição, que nunca julgue um livro pela capa e agradeço a Deus por ter me tirado daquele lugar", afirmou Allan.


De acordo com a decisão judicial que determinou a soltura, foi "evidente a discrepância" entre Allan e o verdadeiro Allan do mandado, um homem de mesmo nome, de 42 anos, do Espírito Santo, condenado a cinco anos de prisão por roubo, e cujo nome da genitora também é igual ao de sua mãe.


Contudo, fisionomia, filiação paterna e números de documentos constavam no mandado de prisão e eram bastante diferentes dos dele. Além disso, o entregador era menor de idade quando o Allan do mandado de prisão foi condenado.

"É patente o engano, uma vez que flagrantemente se tratam de homônimos [pessoas com o mesmo nome e sobrenome], caso em que o cumprimento do mandado nem sequer deveria ter sido homologado. [...] Resta evidente discrepância entre os indivíduos", avaliou o juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, em decisão de 24 de janeiro.


A decisão veio após intervenção do defensor público do Piauí Juliano Leonel, que acompanhou a audiência de custódia de Allan. Segundo o defensor, a PM não verificou detalhes como números de documentos do mandado e os apresentados pelo rapaz.


A confusão poderia ter sido desfeita na audiência, mas como o mandado de prisão havia sido expedido por um juiz do Espírito Santo, o alvará "desfazendo" a prisão não foi expedido logo pela Justiça piauiense. 

Classificação Indicativa: Livre

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