O velório do humorista Chico Anysio , que morreu às 14h52 desta sexta-feira (23), aos 80 anos, será realizado na manhã deste sábado (24), no Theatro Municipal do Rio, no Centro da cidade. De acordo com o advogado da família, Paulo César Pimpa, a previsão é de que o corpo saia do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, às 8h. E, segundo a CGCom, o velório está marcado para 13h. 
Ele informou ainda que o corpo será cremado no domingo (25), no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio, mas ainda não há informação sobre o horário. O advogado explicou que a família aguarda a chegada da ex-ministra Zélia Cardoso de Mello e de seus dois filhos, que teve com Chico Anysio. A família mora em Nova York e deve embarcar para o Brasil na noite desta sexta.
O advogado Paulo César Pimpa trabalhava para Chico há 15 anos. Ele comentou as últimas internações do ator. “Foi muito triste. É uma angústia. O Chico é um guerreiro”, falou o advogado.
Segundo nota divulgada pelo Hospital Samaritano, onde ele estava internado havia três meses, o humorista morreu após uma parada cardiorrespiratória, causada por falência múltipla dos órgãos, decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar.
Ao longo de seus 65 anos de carreira, o cearense Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro. Ele deixa oito filhos e completaria 81 anos no dia 12 de abril.
O ator Marcelo Picchi foi um dos amigos do humorista que foram ao hospital, prestar solidariedade à família. "O que chamou a atenção foi que ele lutou até o final e sempre com bom humor, característica dele. Era um grande homem", disse ele.
Também estiveram no Samaritano o cineasta Zelito Viana, que é irmão de Chico Anysio, e o ator André Mattos, que interpretou o Seu Fininho no programa "Escolinha do Professor Raimundo".
“Chico era meu padrinho, deixou o legado de centenas de artistas e uma família maravilhosa. Temos que levar da vida o que o Chico nos ensinou, levar a vida com humor. Chico é o nosso humor. Deixa um rombo na nossa teledramaturgia e no humor”, falou André.
A atriz Cláudia Jimenez também relembrou os momentos em que contracenou com Chico durante o humorístico "Escolinha do Professor Raimundo". “Foi o maior artista que o Brasil já teve. Ele me inventou. No céu vai estar uma rodinha de amigos que vão receber ele. Rogério Cardoso,Walter D'Ávila, Nádia Maria, Brandão Filho e Costinha estão todos esperando por ele lá”, disse Claudia Jimenez.
O ator Marcos Boliveira, que interpreta o personagem "Beiçola" na série "A Grande Família", lembrou do espaço que Chico Anysio deu aos novos atores. “Ele sempre teve essa coisa de disponibilidade e ensinar para o novo artista. Trocar com o Chico era um presente. Ele era maravilhoso, é único, mas deixa um legado. Vai passar milênios, séculos, mas existiu um cara chamado Chico Anysio", falou Marcos.
O comediante Castrinho, que também trabalhou ao lado de Chico Anysio na Escolinha do Professor Raimundo, foi ao hospital dar um abraço nos familiares do humorista.
“Trabalho há 50 anos com ele. É uma pessoa que nunca vai existir igual nem aqui nem no mundo. Ele estava mal, mas a gente sente. Eu tinha um relacionamento com ele muito bom. ‘Meu garoto, meu papai’. Aquilo vai ficar sempre. Vocês se dispensam, porque a alma dele vai ficar. É um mestre, um gênio, não tem igual. O Brasil perde um mago do humor, mas ganha a lembrança e exemplo dele”, afirmou Castrinho.
O cartunista Ziraldo também fez questão de prestar sua homenagem a Chico. "Chico Anysio é um fenômeno raro no mundo. Outro Chico Anysio a gente não vai ver tão cedo. Ele é o maior ator que o mundo conhece. Pena ser brasileiro porque o estrangeiro não reconhece isso. Ele é uma coisa espantosa. O Brasil só tem dois fenômenos assim: Chico Anysio e Pelé. Quando uma pessoa dessa vai embora, o que me resta dizer é aquela velha frase: que descanse em paz", afirmou.
