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Com solidão do isolamento social, especialistas recomendam adoção de pets na pandemia, mas apontam cuidados

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O ato traz responsabilidades, pois, o humor do animal tem relação com o comportamento do tutor  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Governo de São Paulo
Adelia Felix

por Adelia Felix

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Publicado em 08/03/2021, às 12h01


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A Bahia completa nesta semana um ano de enfrentamento à pandemia de covid-19. Conhecido pela sua alegria, receptividade, musicalidade e diversidade cultural, o povo baiano teve que adequar seu comportamento às imposições do distanciamento social, assim como toda população mundial.

Neste cenário de isolamento, marcado pelo aumento de sintomas psíquicos e transtornos mentais, a adoção de um pet pode ajudar a aliviar os dias difíceis, é o que avalia a psicóloga e neuropsicóloga Luciana Caldas.

“Um dos maiores problemas da pandemia é a restrição social, que afeta o emocional e compromete a saúde mental das pessoas. A interação com animais de estimação é uma alternativa interessante para essa questão, pois minimiza a solidão e leva o indivíduo a se ocupar com atividades de cuidado com o pet, tirando o foco de outras questões que geram ansiedade e estresse”, explica.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país que apresenta maior prevalência de depressão na América Latina. É também o país mais ansioso do mundo. Segundo a especialista, a atual crise sanitária agrava a situação, tornando-se um importante fator de risco para o adoecimento mental das pessoas. 

A psicóloga destaca que houve aumento do número de casos de depressão, transtornos de ansiedade, compulsão alimentar, transtorno obsessivo compulsivo, estresse pós-traumático, e alerta que a dependência de eletrônicos e uso em excesso de substâncias psicoativas têm preocupado profissionais de saúde e chamado a atenção para a necessidade do cuidado da saúde mental.

“A mudança repentina da rotina, a apreensão em relação ao futuro e, especialmente, o isolamento social afetam diretamente o comportamento das pessoas. Acabam gerando impactos nos padrões de sono, alimentação e humor;  geram problemas nos relacionamentos; aumentam os níveis de ansiedade; e servem de gatilho para o desencadeamento de diversos transtornos mentais”, detalha. 

O médico veterinário Fernando Oliveira reforça que a adoção de um animal é uma boa companhia contra a solidão do isolamento social. “É muito importante a interação do ser humano com o animal, principalmente, nesta fase. As pessoas têm ficado mais retidas em casa, e o animal faz essa companhia”, avalia.

No entanto, o especialista lembra que o ato traz responsabilidades, pois, o humor do animal tem relação com o comportamento do tutor. “Quando uma pessoa está emocionalmente debilitada pode atingir o animal. Nosso timbre de voz muda também. Os animais obedecem a uma seguinte regra: um som e um movimento geram impacto. Se você faz um movimento brusco ou suave, ele entende. Uma pessoa que está com o comportamento alterado vai refletir uma certa agitação no animal porque ele percebe isso”, explica.

O veterinário também faz um alerta antes da escolha do pet, como um gato ou cachorro. “Apartamento pequeno, raças de porte pequeno. Animais de porte mediano e grande são mais para casas. Mas, devemos observar que se você sai às sete da manhã e chega às oito da noite, seu animal vai precisar de atividade. Se você deixar ele trancado, o animal vai ter que gastar energia e vai destruir seu apartamento”, alerta.

Apesar da adoção de um animal, a psicóloga alerta que a ajuda de um profissional deve ser uma prioridade no atual momento, e acrescenta outras medidas que podem amenizar o impacto psicológico nesta pandemia.

"É preciso praticar atividade física, aprender e treinar técnicas de relaxamento, manter contato com parentes e amigos através dos meios de comunicação à distância, evitar o excesso de informações negativas sobre a pandemia, cuidar da rotina para organizar o tempo de forma a evitar sobrecarga e desgaste. Também é necessário buscar ajuda profissional, caso perceba que seu estado emocional está impactando nas atividades do dia a dia, interferindo nos relacionamentos ou causando sofrimento intenso".

Confira cuidados importantes que devem ser tomados antes de adotar um animal:
- Certifique-se de que você tem condições financeiras de adotar um animal. É preciso levar em consideração que existirá um aumento nos gastos mensais com  alimentação, vacinas, medicamentos esporádicos, banho, tosa e outras responsabilidades;
- Adapte a sua rotina à do seu pet. Animais precisam da sua presença e dedicação;
- Separe um lugar da sua residência para ele. O animal precisa de espaço, principalmente, se ele for de porte médio e/ou grande. Se o espaço não permitir que o animal gaste sua energia, é provável que ele provoque alguns acidentes e estrague móveis, sapatos e objetos de decoração. Para alguns animais, as telas de proteção nas janelas serão necessárias.
- Faça exames dermatológicos e descubra se você tem alergia ao pelo do animal.

Adotar um animal muda completamente a vida de alguém. O amor que eles nos dão é tão grande que fica impossível retribuir à altura. Se você não tem condições de arcar com os custos do animal, não adote. 

Lembre: abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98. Importante ressaltar que uma nova legislação, a Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro, aumentou a pena de detenção que era de até um ano para até cinco anos para quem cometer este crime.

Serviço
Luciana Caldas (Psicóloga e Neuropsicóloga - CRP 03-4960)
Telefone: (71) 98687-6466
Instagram: @psicologalucianacaldas

Diagnovet - Hospital Veterinário
(71) 3345-6041

Classificação Indicativa: Livre

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