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Dono da Petz tentou começar no setor como franqueado da Cobasi

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Sergio Zimerman criou a Pet Center Marginal em 2002, que virou Petz em 2014.  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Petz

Publicado em 25/09/2021, às 17h00   Folhapress


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Diz a lenda que um empresário que tinha quebrado no ramo de perfumaria ficou maravilhado ao visitar uma loja da Cobasi em São Paulo no início dos anos 2000. Pensou que poderia ser um franqueado, na zona leste da cidade, da rede de produtos e serviços para animais de estimação. Não chegou a ser atendido pelos donos e foi dispensado. Com o orgulho ferido, montou a sua própria loja.

Ocorre que a história não é lenda. A Pet Center Marginal, que mais tarde virou Petz, nasceu assim.
"Como eu não entendia absolutamente nada do ramo, tentei conversar com os donos da Cobasi, porque preferia ser um franqueado deles. Só que nem fui atendido, o gerente da loja disse que eles não se interessavam pelo modelo. Aí eu fui aprender sozinho", diz Sergio Zimerman, presidente da Petz, a maior rede varejista do mercado pet do país, com 149 lojas, 126 centros veterinários, dos quais 12 são hospitais.

"O Sergio conta essa história, mas ele nunca chegou a procurar a gente", rebate Paulo Nassar, presidente da Cobasi. "Nenhum gerente nunca nos disse nada sobre um interessado em franquia". A rede, criada em 1985 por ele e os irmãos João e Ricardo, é a vice-líder em número de pontos de venda, com 128 lojas, e nunca apostou no modelo de franquia - assim como a própria Petz. "É um investimento muito alto por loja, entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões, não compensa para o franqueado".

Sergio Zimerman criou a Pet Center Marginal em 2002, que virou Petz em 2014. Vinte anos depois, as duas rivais aceleram o passo no mercado brasileiro de produtos e serviços para bichos de estimação, ainda muito pulverizado: os pequenos e médios pet shops devem responder este ano por vendas de R$ 22,4 bilhões, contra vendas de R$ 3,4 bilhões das megastores, segundo o IPB (Instituto Pet Brasil). Além do investimento forte na área digital, a tendência é expandir os serviços de saúde e de conveniência.

Em outubro do ano passado, por exemplo, a Petlove, maior e-commerce nacional do setor, anunciou uma fusão com a DogHero, uma plataforma que oferece serviços de dog sitter, cat sitter, atendimento médico veterinário em domicílio, hospedagem e creche.

A Cobasi, que hoje terceiriza o setor de serviços veterinários e de banho e tosa nas suas lojas, já disse que está interessada em operar diretamente nos segmentos. "A média de consultas por bicho ao ano não chega a uma, quando em todo o mundo são duas, uma de rotina e outra para vacinação", diz Nassar. "Essa demanda deve aumentar, até porque a expectativa de vida dos pets também está aumentando".

A varejista vai chegar a 150 lojas até o fim do ano; em 2021, foram abertos 41 pontos de venda, com a chegada em novos mercados como Pará, Mato Grosso, Bahia, Rio Grande do Norte e Tocantins. "Estamos estudando fazer um IPO [oferta pública inicial de ações], mas não temos pressa", diz Nassar.

"Somos bastante capitalizados, nunca fazemos empréstimos, sempre crescemos com caixa próprio", afirma o empresário que, além da gestora Kinea, do Itaú Unibanco, tem como sócia a Omini55, especializada em varejo multicanal e ecommerce. Em 2020, a Cobasi faturou R$ 1,64 bilhão e, este ano, deve chegar a R$ 2,1 bilhões.

Já a Petz começa a desenhar sua expansão internacional, a partir da compra da Zee.Dog, que opera em 45 países e tem uma loja em Nova York. "Temos uma nova visão estratégica de, até 2025, nos tornarmos reconhecidos mundialmente como o melhor ecossistema do segmento pet", diz Zimerman. "Para isso, estamos montando as peças desse quebra-cabeça".

Esse ecossistema engloba serviços de dog trainning, dog walker, dog sitter, hotel, day care, laboratório para serviços veterinários e plano de saúde, que ainda não estão disponíveis na Petz. "Aquisição é uma das possibilidades, mas podemos começar do zero ou fazer uma parceria comercial, por exemplo".

Classificação Indicativa: Livre

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