Polícia

Delegados da PF criticam cortes no orçamento e condições precárias de trabalho

Publicado em 26/01/2016, às 19h23   Eliezer Santos (Twitter: @eliezer_sj)


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Os cortes de orçamento anunciados pelo governo federal e o número reduzido de policiais estão entre as principais razões que inviabilizam a progressão de investigações da Polícia Federal no País. A constatação foi feita pelos delegados Rony Silva, diretor regional da associação de delegados, e Leonardo Rodrigues, diretor de entorpecentes, ambos da PF.
“Em termos de estrutura ainda precisamos melhorar muito. A gente só consegue colocar ela [PF] no ponto que a sociedade precisa com autonomia administrativa e financeira. Essa é nossa bandeira de luta para os próximos anos. Cortes de orçamento e contingenciamento atrapalham muito nosso trabalho”, pontuaram em entrevista nesta terça-feira (26), em entrevista ao programa Se Liga Bocão, na Itapoan FM.
Segundo eles, o efetivo está com déficit de 30%. “Temos 500 vagas para serem preenchidas, mas o governo não autoriza o concurso. Nosso efetivo é minúsculo, sempre deslocado par atender as demandas, sobretudo de agentes que trabalham na operação Lava Jato.
Outro fator que dificulta o desempenho da categoria é o valor pago por dia trabalhado pelos agentes em viagem, que segundo eles não cobrem o custo da viagem. “Policiais ficam em casas de conhecidos porque o valor não cobre hotel e alimentação. Um policial federal, que está em missão em Salvador, recebe em média R$ 220 para hotel, alimentação e deslocamento. Imagine como é manter uma operação de grande porte que é a Lava Jato... Esse é um problema que tem que ser resolvido o mais rápido possível”, falaram.
Eles ainda negaram que haja “pirotecnia” nas operações realizadas pela PF. Para eles, a visibilidade decorre do fato de as pessoas presas serem conhecidas publicamente, o que “gera necessidade de matéria da imprensa em cima de nossas operações”.

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