Polícia

Homem é assassinado após participar de desfile de bloco no Rio de Janeiro

Publicado em 30/01/2016, às 16h39   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Um homem foi assassinado a tiros após o desfile do bloco Céu Na Terra, que reuniu cerca de 8 mil pessoas em Santa Teresa, na tarde deste sábado. Os disparos foram efetuados no Largo das Neves, onde pelo menos 200 pessoas ainda permaneciam no local após a dispersão dos foliões. De acordo com os familiares, a vítima é Rodrigo Braga dos Santos, de 25 anos. Ele trabalhava como ajudante de pedreiro e é morador do Morro da Coroa, em Santa Teresa. Outras três pessoas também foram atingidas pelos disparos.

O criminoso ainda teria feito três disparos a esmo, atingindo as outras três vítimas, que foram levadas para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. O vendedor ambulante Leonardo Francisco de Jesus, de 26 anos, foi atingido nas nádegas. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), seu estado inspira cuidados e ele ficará em observação, sem previsão de alta. Os outros baleados são Márcio Diego Rocha da Silva, atingido no pé, e Luiz Roberto de Sousa Azevedo, de 25 anos, ferido no ombro. Os dois últimos tiveram ferimentos superficiais e devem ser liberados do hospital ainda na tarde deste sábado.

Segundo testemunhas, um homem branco, que vestia uma blusa preta e branca e bermuda jeans chegou no Largo das Neves — considerado um dos pontos mais tranquilos de Santa Teresa — e disparou três vezes contra o rapaz, que morreu na hora. Um folião, que não quis se identificar, testemunhou o crime. Segundo ele, o que chamou a atenção foi a calma do criminoso, que agiu sozinho.

— O homem chegou no local e foi em direção à vítima. Antes de ir embora, ele colocou a arma na cintura, cobriu com a camisa e saiu andando calmamente, sem se afobar. Ele estava sozinho. Houve correira e muitas pessoas se jogaram ao chão — afirmou.

Familiares de Rodrigo estavam indignados com o crime. A mãe do rapaz, Adriana Braga de Sousa, de 60 anos, precisou ser amparada após chegar ao local do crime. A prima da vítima, Patrícia Nazareth da Silva, de 34 anos, afirma que ele não costumava se envolver em confusões.

— Ele era trabalhador e nunca se envolveu em nenhum problema. Tinha três irmãos e morava com a mãe. Sempre foi da paz. Assim que chegou, houve a confusão — contou, em prantos, a parente de Rodrigo.

Homens do 5º BPM (Praça da Harmonia) chegaram ao local pouco após o crime. Segundo o tenente Rego, superintendente da unidade, ainda não há informações concretas sobre o que ocorreu, mas a principal hipótese é de acerto de contas.

“RIO ESTÁ EM MOMENTO CRÍTICO”, DIZ PAI DE FERIDO

De acordo com Ivan Cesar Mendes, pai de Leonardo, o filho trabalha regularmente como atendente e entregador de uma farmácia na Lapa, onde mora. Para complementar a renda, ele trabalhava como vendedor ambulante cadastrado no carnaval pelo segundo ano consecutivo. Resignado, ele lamentou que seu filho tenha sido mais uma vítima de violência na cidade.

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— O Rio está em um momento crítico. A violência piora a cada dia. Meu filho não tinha nada a ver com essa história e acabou levando dois tiros. Fico indignado e triste com uma coisa assim. Hoje o carnaval não é mais como antigamente — disse Ivan.

POUCO POLICIAMENTO E DEMORA NO SOCORRO

De acordo com foliões, o esquema especial de policiamento montado pela Polícia Militar foi desmobilizado pouco após as 11h, quando oficialmente acabou o desfile do bloco Céu na Terra. A partir desse momento, apesar de aproximadamente 200 pessoas permanecerem no Largo das Neves, havia apenas agentes da Guarda Municipal no Local. Durante o cortejo, diversas pessoas relataram furtos de celulares e outros pertences pessoais. Agentes da 7ª DP (Santa Teresa) afirmaram que, até o começo da tarde, cerca de dez pessoas registraram ocorrências de furtos no bloco. Questionada, a PM informou qu policiais militares acompanharam os foliões durante todo o bloco. “O policiamento na região é feito com rondas de viaturas e motos”, afirmou em nota.

A demora do socorro às vítimas também foi motivo de reclamação. Segundo testemunhas, a ambulância demorou mais de 40 minutos para chegar. Procurada, a assessoria do Corpo de Bombeiros ainda não se pronunciou. As informações são de O Globo.

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