A noite de Salvador não esconde os riscos e os distúrbios sociais comumente encontrados nas grandes cidades brasileiras. A prostituição é uma prática que oferece riscos, principalmente a quem exerce a profissão. Uma grande quantidade de travestis se prostituindo na orla de Salvador é percebida por quem circula pelo local, principalmente a partir das 20h. A reportagem do Bocão News entrevistou duas travestis que fazem programa na orla de Salvador com o objetivo de saber um pouco mais dos percalços do dia-a-dia delas.
A violência, discriminação e ameaças são os maiores problemas enfrentados por elas. Agressões verbais e físicas são uma constante, e o tratamento dado pela polícia nem sempre é o ideal, como relata Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia: “No geral, há demora no atendimento, às vezes o policial não quer atender, às vezes diz que diz que se fossem “homens”, não teria acontecido. Por isso aconselhamos irem à Delegacia da Mulher”.
Com relação à falta de oportunidades para as travestis, Cerqueira salientou: “Existe um conhecimento público que as pessoas colocam essa profissão (prostituição) como última das possibilidades de ganhar algum tipo de remuneração. Prostituição na rua é muito mais vulnerável, exposta a várias formas de violência, agressões físicas, xingamentos. Realmente existe dificuldade de acesso à profissionalização, que não é só pelo fato de ser prostituta, mas porque não consegue estudar, sofre preconceito na escola, em casa.A maioria não tem formação escolar, e isso tudo contribui”.
Diante desses problemas, o Bocão News preparou uma série de matérias onde nossas duas personagens fazem relatos chocantes, de envolvimento com policiais que não fazem o pagamento até agressões físicas. Confira o primeiro vídeo da série abaixo:
* Colaborou Rafael Albuquerque
Matéria originalmente publicada no dia 22 de abril
