Polícia

Presidente do Bradesco era informado sobre ações ilícitas no Carf

Publicado em 01/06/2016, às 17h18   Redação Bocão News (Twitter:@bocaonews)


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A Polícia Federal afirma, no relatório de indiciamento contra executivos do Bradesco realizado na terça (31), que o presidente do banco, Luiz Trabuco, era informado por seus subordinados das ações ilícitas realizadas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
O Carf é um órgão de recursos contra autuações da Receita Federal. Casos de corrupção nele são investigados pela Operação Zelotes, da qual o indiciamento foi um desdobramento.
Por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, a PF obteve detalhes das conversas do grupo já denunciado sob acusação de corrupção no Carf com intermediários do banco Bradesco.
Segundo a PF, a organização criminosa integrada pelo ex-conselheiro do Carf Jorge Victor Rodrigues, o auditor aposentado Jeferson Salazar e os funcionários da Receita Federal Eduardo Cerqueira Leite e Lutero Fernandes se juntou aos empresários do ramo de consultoria e advogados Mario Pagnozzi Junior e José Tamazato para negociar com o Bradesco a contratação para atuar em um processo do banco no Carf, que envolvia cobrança de R$ 2,7 bilhões.
No fim, porém, não foi fechado contrato entre o grupo e o Bradesco, que acabou perdendo o processo no Carf. Também não há interceptações telefônicas dos executivos do banco que foram indiciados: além de Trabuco, Domingos Abreu e Luiz Angelotti, todos três por corrupção ativa.
Em meio às negociações entre o grupo e o Bradesco, a PF aponta que houve ações junto ao Carf para adiar o julgamento do processo do banco, que inicialmente tiveram êxito. Depois, porém, o Bradesco foi derrotado.
Em depoimento à Polícia Federal, Angelotti confirmou que Eduardo Leite esteve na reunião em outubro e também em mais uma, no mês de novembro. Afirmou, porém, que Trabuco não participou dos encontros.
O indiciamento se baseia principalmente nessas interceptações telefônicas do grupo, apesar de não terem sido grampeados os executivos do Bradesco. Também não há indicações de repasses financeiros do Bradesco ao grupo ou a funcionários do Carf.
Fonte: Folha de S. Paulo

Classificação Indicativa: Livre

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