Polícia

Estudante de Direito da 2 de Julho alega ter sido chamada de macaca por colega

Publicado em 10/11/2016, às 06h56   Redação Bocão News


FacebookTwitterWhatsApp

Estudante de Direito, Jéssica Pimentel da Silva, 25 anos, registrou queixa 1ª Delegacia (Barris) depois ter sofrido injúria racial dentro da Faculdade 2 de Julho, no Garcia, Centro de Salvador, nesta segunda-feira (7).
O caso ocorreu quando Jéssica esperava em fila para pagar a mensalidade do curso. Ela fez um relato em redes sociais narrando o que aconteceu. Havia uma fila única e apenas um caixa funcionando, mas outra aluna, também estudante de Direito do curso noturno, do 9º semestre, se aproximou do caixa que estava vazio e quis saber se iria abrir.
"A funcionária disse que iria abrir por conta do horário e ali mesmo ela ficou. Quando eu me direcionei para o caixa eu perguntei se tinha atendimento preferencial. Ele disse que não, pela quantidade de caixas e pela fila única. E essa pergunta que eu fiz foi o suficiente para ela se virar para mim, me dar tapas no braço, perguntando se eu sabia com quem ela estava falando, que era uma aluna antiga", diz.
De acordo com a suposta vítima, foi aí que começaram as agressões raciais. "Ela mandou eu calar a boca, disse 'cuide da minha vida, sua preta, vá cuidar do seu cabelo'. Me chamou de macaca. Os outros alunos perceberam, todo mundo viu". Jéssica completou: "Ela passou na frente de todo mundo, desrespeitou. Ela se chateou porque fiz minha pergunta direcionada ao funcionário. Nenhum momento eu direcionei minha palavra a ela".
Jéssica ligou e chamou a polícia, mas houve demora e a outra estudante saiu da faculdade. Na terça (8), a estudante voltou à faculdade, que não tomou providência. Nesta quarta, a estudante foi informada pelo diretor que a agressora foi suspensa por 10 dias. "Mas ela não se pronunciou, não veio pedir desculpa", contou ao Correio.
Como a polícia não fez o flagrante da situação, Jéssica procurou a 1ª Delegacia (Barris) para registrar a ocorrência. Ela também procurou o Ministério Público da Bahia. "Como não consegui dar o flagrante, vou ter que tentar outros meios. Tem os outros alunos que presenciaram tudo".
A Faculdade 2 de Julho divulgou uma nota em seu site afirmando que "não coaduna com qualquer manifestação de preconceito contra a pessoa humana" e que repudiava "qualquer manifestação" de desrespeito neste sentido. A injúria racial tem como pena prisão de um a três anos e multa.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp