Polícia

Sem segurança pública, vítimas de crimes cibernéticos procuram empresas privadas

Publicado em 14/05/2017, às 16h29   Tony Silva e Brenda Ferreira


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Na terceira reportagem sobre crimes cibernéticos o BNews aborda os meios que a sociedade baiana tem para se defender dos crimes digitais. No Estado e, principalmente, em Salvador o controle e combate aos crimes por meio cibernéticos parecem estar aquém da necessidade da população. Para tentar esclarecer qual o real cenário destes tipos de delitos na Bahia e na capital, o BNews buscou dados juntos aos órgãos públicos de segurança e Justiça do Estado, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e solicitou dados sobre crimes configurados como cibernéticos, que não foram enviados até o fechamento desta matéria.
A Polícia Civil informou que qualquer crime por meio virtual ou eletrônico, pode ser registrado em qualquer delegacia, mas não apresentou dados estatísticos. Ainda conforme a Polícia Civil, o Grupo Especializado de Repressão aos Crimes por Meios Eletrônicos (GME) somente atua em ocorrências após solicitados por delegados das unidades baianas.
A Polícia Federal, por sua vez, não retornou às ligações e e-mails solicitados, até o fechamento desta matéria.
Procurado pelo BNews, o Tribunal de Justiça afirmou que ainda não tem estatística sobre esse tipo de crime. Além disso, o Tribunal também não possui uma vara especializada para julgá-los.  A lacuna deixada pelos poderes públicos começa a ser preenchida por empresas.
Bancos investem mais em segurança digital e empresas especializadas lucram em Salvador: a Navegarte GDR, especializada em assessoria e consultoria em crimes cibernéticos de Salvador atende desde 2015 empresas, personalidades e políticos que querem se defender das ações desse tipo de criminoso.
Em entrevista ao BNews o diretor da Navegarte GDR, Alex Régis comentou o crescente aumento no número de crimes cibernéticos na Bahia. Segundo Régis, além da sua empresa, atualmente, mais quatro oferecem serviço na área proteção digital em Salvador.
O empresário estima que o aumento no número de serviços oferecidos para segurança digital se deve ao crescente número de vítimas. “Temos uma visível crescente no número de vítimas de crimes cibernéticos, desde furto de celulares com desbloqueio até o uso indevido de cartão de crédito na internet, e nesse meio termo, a exploração de conteúdos adultos e invasão de redes sociais”, explica.
Para o empresário, uma das principais causas do aumento dos crimes digitais é a valorização do Bitcóin (moeda digital). “Os crimes digitais aumentaram porque com essa moeda os receptores não têm como ser identificados. Esse fluxo pode ser encontrado no fluxo cambial mundial”, destaca.
Alex Régis indica alguns cuidados básicos para os usuários da internet para evitar que sejam vítimas dos crimes por meios cibernéticos: colocar dupla autenticação nos logins; fazer backup na nuvem com dupla autenticação; no caso de fakes em perfil da rede social, fazer denúncia conjunta (solicitar amigos que denunciem junto com a vítima) na rede social onde ocorreu o fake e cadastrar senhas com oito carácteres e três formas diferentes, usando letras, números e símbolos. Ex: az10#$d5.
Quem também estimou a temperatura dos crimes cibernéticos na Bahia foi o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, que admitiu o crescente investimento na segurança digital na rede bancária baiana. “Em termos percentuais houve aumento no investimento para coibir crimes digitais nos bancos. Na última reunião que tivemos com a Federação Nacional dos Bancos (Fenabam), ocorrida no início deste ano, eles informaram que aumentaram os investimentos na segurança digital”, afirma o sindicalista que fez uma reivindicação. “Em contrapartida o investimento para proteger unidades físicas é insuficiente, penalizando bancários e clientes”.  
Publicada originalmente em 12/05 às 18h29

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