Polícia

Operação conjunta desarticula quadrilha de roubo de cargas na Bahia

Publicado em 06/06/2017, às 18h39   Rafael Albuquerque



Uma quadrilha especializada em roubo de cargas em Salvador e Região Metropolitana (RMS), com ramificações nos estados de Minas Gerais e São Paulo foi desarticulada pela operação conjunta “Desvio de Rota”, que envolveu a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual, que tem o comando do promotor Luciano Tacs, Secretaria Estadual da Fazenda e o Comando de Operação Especial (Coe) da Polícia Civil.

O grupo causou um prejuízo de mais de R$ 2 milhões entre o início da investigação até a prisão dos envolvidos, mas a força tarefa estima que entre 2015 e a prisão dos integrantes, pode chegar a R$ 4 mi. Entre os presos, quatro líderes da quadrilha foram identificados. Eles eram proprietários de caminhões galpões, além de funcionários de transportadoras que forneciam informações a quadrilha.

Em uma coletiva na tarde desta terça-feira (6), no auditório do MPE, no bairro de Nazaré em Salvador, que coordena o Gaeco, junto com representantes da PRF, Coe e demais órgãos envolvidos na “Desvio de Rota”, deram uma entrevista coletiva detalhando a operação que durou cerca de oito meses.

Segundo informações durante a coletiva, agente da PRF identificaram a prática criminosa e comunicaram ao MPBA e partir daí foram iniciadas as investigações e a operação conjunta. Segundo a promotora Lolita Lessa, se trata de bandidos de alta periculosidade. “Era uma quadrilha perigosa. A maioria das ações ocorria na Região Metropolitana de Salvador, mas algumas aconteciam em São Paulo e Minas Gerais”, explica. 

Durante a operação foram expedidos 21 mandados de prisão, com 19 cumpridos; uma condução coercitiva, 48 buscas e apreensões em Salvador e RMS. As prisões ocorreram no interior baiano.  Entre os presos, também foi identificado um agente da Polícia Civil da Bahia, que fornecia informações privilegiadas a quadrilha, sobre operações policiais.

Um dos líderes das quadrilhas preso identificado pelo prenome de Reginaldo, atuava com mais dois comparsas, entre eles, o policial civil citado. Outro líder da quadrilha identificado também pelo primeiro nome, Claudio atuava com seis comparsas. Daniel e outro homem de apelido “Toco” também eram cabeças do grupo. Atuaram na operação 29 promotores, 181 agentes da PRF, 24 agentes do COE e 12 servidores da secretaria da Fazenda.

Crimes contra o consumidor: O delegado do COE, Glauber Uchiyama, entre os presos, três prisões em flagrante ocorreram por crimes contra o consumidor.  Os acusados são proprietários de mercados localizados em Salvador e RMS, que receptavam e vendiam os produtos.

O superintendente regional da PRF, inspetor Virgílio Tourinho, afirmou que o Brasil é oitavo país mais perigoso para transporte de cargas. Ele explicou como se deu o início da operação. “Desde de 2015 a preocupação com esse tipo de crime aumentou, então fizemos um robusto relatório e enviamos ao MP”. 

Segundo os representantes das forças da justiça e polícia, boa parte dos membros e líderes da quadrilha que foram presos, já possuíam passagem pela polícia. Os depoimentos foram prestados no Gaeco, os acusados fizeram exame de corpo de delito e seguiram para o complexo da Mata Escura.

Classificação Indicativa: Livre

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